A opinião de Miguel Ferreira – militante da JSD Lousada
O expectável aconteceu. Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito, pela segunda vez consecutiva, Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa contou com uma larga vantagem para o segundo mais votado nestas eleições e foi eleito com 60,7% dos votos dos portugueses. Esta percentagem está bem acima dos 51,26% dos votos com que ganhou nas eleições presidenciais de 2016.
Também em Lousada, Marcelo Rebelo de Sousa venceu estas eleições com percentagem ainda maior do que a nível nacional. O presidente reeleito obteve em Lousada 65,75% dos votos dos eleitores, logo seguido de Ana Gomes (10,60%) e André Ventura (8.18%). Não ganhou só em Lousada, mas em todas as freguesias do concelho. Assim como a nível nacional ganhou em todos os concelhos do país.
No entanto, estas eleições deixam alguns motivos para uma profunda reflexão quer da sociedade, quer dos representantes políticos a nível nacional.
Ora bem, nestas eleições presidenciais, além de existirem mais 1 066 981 inscritos a poderem exercer o direito ao voto, registamos uma diminuição de 478 816 votantes em relação às eleições presidenciais de 2016. O que representa nestas eleições, uma abstenção de 60,51%! Existem vários fatores a levarem 6 em cada 10 portugueses a não irem às urnas. Desde logo a terrível pandemia que nos tem mudado o mundo, mas também um certo desacreditar na classe política que nos representa.
É essencial os jovens dos vários quadrantes políticos começarem a ganhar cada vez mais preponderância na atividade política nacional. Primeiro, porque nós jovens somos a geração melhor preparada de sempre e, em segundo, é essencial voltar a ganhar a confiança da grande maioria da geração mais jovem que dia após dia se continua a desligar do interesse na política e a deixar as decisões do seu país nas mãos dos outros.
Outro dos fatores que me leva a escrever este artigo são as votações de outros dois candidatos a estas eleições. Por um lado, Ana Gomes que conquistou no distrito do Porto 6 das suas 10 melhores votações a nível nacional, Porto (20,08%), Matosinhos (18,02%), Gondomar (17,44%), Vila Nova de Gaia (17,29%), Maia (17,04%) e Valongo (16,03%). Também Tiago Mayan Gonçalves conseguiu no distrito do Porto, 6 das suas 10 melhores votações a nível nacional. Por outro lado, o cartão vermelho do distrito do Porto a André Ventura. Este candidato registou no nosso distrito o seu pior resultado (8,42%) em relação a todos os outros distritos do país. Um duro cartão vermelho ao populismo, ao extremismo e ao racismo!
Deixo para reflexão do leitor as seguintes questões:
O que leva 6 em cada 10 portugueses a faltarem às eleições?
O que acha de alguns candidatos terem as suas melhores votações no nosso distrito? Centralismo em Lisboa?
Quais as consequências que iremos ter com o crescimento da perigosa extrema direita?
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