Por José Carlos Carvalheiras
Bem-vindos à nova rúbrica que assino n’O Louzadense, onde me proponho trazer periodicamente alguns factos e personalidades da história do rock em Lousada. Saúdo e agradeço à direção deste hebdomadário, nas pessoas dos meus amigos Carlos Nunes e José Diogo Fernandes, pelo apoio à divulgação do estudo deste fenómeno cultural em Lousada, que venho desenvolvendo em parceria com a Associação Vidas em Cena.
As origens do rock lousadense remontam à segunda metade da década de 1960, com Os Moscas, uma banda de rapazes beijoqueiros (“moscas” eram uma espécie de beijo rápido que os namorados davam na época). Tocavam temas dos Beatles, Procol Harum e The Shadows, e de outras bandas que estavam na moda daquele tempo.
Os Moscas, que estarão em destaque na próxima edição desta rúbrica, foram os percursores de um fenómeno em Lousada que, 50 anos depois, tem um histórico com 72 bandas (sim, setenta e duas!): OS MOSCAS, OS SISTEMAS, TULIPAS NEGRAS, THE KRIPTONS, FOCO, MUSICAL MUNDO, RAINBOW, BACO, FLASH, DELTA 7, CASA PODEROSA, ALCATRÃO, BOCAMANSA, SECOS & FEIOS, VACAS LOUCAS, ASFIXIA, THE NEIGHBOURS, ENTRETELA, IMPULSE, IRREVERENTES, KOVERKAVE, CANIS LUPUS, SYMPHONIX, MURKY HIDDEN, ZAFKA, CRACK, NO BRAINS, BRUTAL JOKE, TRADEMARK, RAVEN COATS, THE TWISTERS, NO WAY, KIMGUSTO, THE BLESSING, THE LINK, NEEDLE FISH, CARACOL ENTRE OS CANIBAIS, ECKO, MAGA, TÍLIA PETAKIUS, SEPULCRAL, SACRISTY, GOBB, SERGUTH’S TALE, MYSTIC BREED, SUN MAMMUTH, BROKEN STRINGS, 19 TRIES, CINDERELLA’S FICTION, ZERO POSITIVO, THE DEAD TONES, ERGO’S BAND, ABOUT SIZE, OMODO, POPSICLE, FREE MONKEYS, BAMBO, AFFIRMATION, STAGEFULL, 4.ª AVENIDA, THE BLOOM, FULANO X, LOUZADA, K7 AR DE ROCK, ARCADE NIGHTS, DESCENDENTES DA RAIVA, SULTURA, MOMBAI, MUDHA, MALPIGHI, BARANANU e LILITH’S REVENGE.
Convém referir que neste estudo contabilizei as bandas que reuniram os seguintes requisitos ou indicadores: foram “batizadas” com um nome; tiveram uma formação mais ou menos estável e membros fundadores de Lousada; possuem local de ensaio; fizeram atuações ao vivo e/ou realizaram gravações.
Na atualidade há 12 que se encontram “mais ou menos ativas”. As limitações provocadas pela pandemia da Covid-19 veio provocar muitas incertezas, daí eu usar esta expressão.
Para o avultado fenómeno do rock lousadense contribuíram alguns acontecimentos, várias pessoas e algumas instituições ou entidades, como é o caso do Conservatório de Música do Vale do Sousa. Um dos fatores foi a “febre do rock português” na década de 1980. Também é de relevar a importância da Rádio Lousada e do programa de música moderna portuguesa de Ricardo Ferreira, “Cinco Quinas”. Obviamente que Lousada não ficou indiferente ao fenómeno do canal musical mundial MTV, que potenciou muitas influências para a juventude lousadense, sobretudo na década de 1990.
Neste capítulo das influências é imprescindível referir duas pessoas que fundaram com grande força e impacto duas correntes ou dois filões no rock lousadense. Através dos ensinamentos ou simplesmente do seu estilo e inspiração, essas duas pessoas deram de si à música rock e deixaram um legado, um histórico de influências e de partilhas que permitiram alavancar um fenómeno social e cultural em estudo neste projeto denominado Louzarock.
Estou a referir-me aos saudosos Manuel Almeida (“Baco”) e a Rui Mário Silva (“Flash”). Eles foram os fundadores das principais bandas dos primórdios do rock em Lousada: Baco, Flash, Alcatrão e Boca Mansa. Sob a orientação e espírito instrutivo destes exímios intérpretes, as suas bandas destacaram-se na cena musical local, regional e até nacional, mas acima de tudo potenciaram o surgimento de novos talentos e criaram raízes que persistiram e ramificaram consideravelmente.
Estejam atentos às próximas edições d’O Louzadense e…Rock on!
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