O Plantar Lousada nasceu no âmbito da estratégia do município para a sustentabilidade e continua a oferecer árvores a todos os lousadenses. O procedimento é simples e os pedidos podem ser efetuados até ao próximo dia 20 de março.
A plantação de árvores começou em 2016 quando, no âmbito da estratégia do município para a sustentabilidade, “se percebeu que havia um défice relativamente àquilo que são as nossas necessidades em termos da florestação do território”, refere Manuel Nunes, vereador do ambiente, explicando que: “temos muitas áreas de monocultura, com eucalipto, e algumas áreas com invasoras, como a cássias, mas faltavam-nos áreas de floresta nativa e percebemos isso logo desde início”.
Uma vez que as plantações aconteciam com voluntários, “milhares de voluntários e milhares de árvores”, Manuel Nunes revela que “havia muita gente que não fazendo parte do processo de plantação, porque as plantações decorriam ao fim-de-semana, em terrenos públicos, em escolas ou áreas do domínio público, percebemos que havia proprietários e pessoas que gostariam também de fazer essas plantações nos seus terrenos, mas não tinham árvores para o fazer nem conhecimento técnico para escolher as árvores e selecionar as melhores opções”.
Para fazer face a essas necessidades, a autarquia optou por oferecer árvores à população para que as pessoas pudessem plantar nos seus terrenos, tendo plantando cerca de 60 mil árvores.
Assim, nasceu o Plantar Lousada, mais tarde o Plantar Lousada…no Quintal e, mais recentemente, o Plantar Lousada…no Natal, que vai ao encontro da promoção do comércio local, através da oferta de árvores a quem comprasse em Lousada.
Associando o Plantar Lousada, as ações com voluntários, ao Plantar Lousada…no Quintal e ao Plantar Lousada…no Natal, “acabamos por ter aqui um projeto que, ao longo dos anos, foi-se reformulando, foi crescendo e foi-se reestruturando e temos todos os anos milhares de pessoas que se dirigem ao ecocentro para virem buscar árvores”, afirma o vereador.
“Ao contrário do que seria de esperar, ao longo dos anos, não tem vindo a decair em termos de procura, tem vindo a manter essa procura, é sinal de que não só continuamos a ter áreas disponíveis para florestar, com espécies adequadas ao território, como também pessoas interessadas.”
Há quem leve uma árvore, há quem leve 200 ou 300, “dependendo das áreas que têm disponíveis”, relata, mencionando que é realizada “a avaliação prévia dos terrenos para os quais são disponibilizadas as árvores. Do ponto de vista técnico, escolhemos as melhores espécies, sugerimos sempre aquilo que é mais adequado para os territórios e depois as árvores são oferecidas”.

Com o passar do tempo, são cada vez mais os interessados em plantar no quintal. “Ao contrário do que seria de esperar, ao longo dos anos, não tem vindo a decair em termos de procura, tem vindo a manter essa procura, é sinal de que não só continuamos a ter áreas disponíveis para florestar com espécies adequadas ao território, como também pessoas interessadas, e cada vez são outras, diferentes e mais, que procuram estas respostas para poderem contribuir de alguma forma com o seu trabalho e com o seu pedaço de terra para o Plantar Lousada”, manifesta.
Todas as espécies que têm sido oferecidas “tentam ir ao encontro daquilo que são as necessidades do território, temos espécies arbóreas e espécies arbustivas. A maior parte delas são nativas, também temos algumas mais dirigidas para jardins e para plantar murta ou gilbardeira, que são pequenos arbustos, qualquer jardim serve. Enquanto que para plantar um carvalho ou um sobreiro já não pode ser”, refere.
Foi, ainda, realizado um estudo genérico do que era a realidade no que diz respeito à flora, mais tarde, com base nisso, “definimos as espécies prioritárias para oferta, muitas delas são criadas em viveiro aqui e depois são disponibilizadas para as pessoas puderem vir buscar”.
E há espécies para todos os gostos: “temos espécies mais adequadas para áreas mais florestais, para zonas de terrenos mais secos, como os medronheiros e os sobreiros. Para áreas junto aos cursos de águas, que também é importante reforçar essa florestação, como acontece com os salgueiros, os amieiros ou os sopros, depois temos outro tipo de árvores como as nogueiras ou os castanheiros que acabam por estar disponíveis, ou estiveram disponíveis, porque vamos mudando ao longo dos anos as espécies, para outro tipo de terrenos mais agrícolas ou mais próximos das habitações.”, divulga o vereador.
Tendo em conta as diferenças que vão acontecendo ao longo dos anos, Manuel Nunes indica que o que se tem verificado é que “há pessoas que vêm todos os anos, porque este ano vem buscar uma espécie, para o ano vem buscar mais duas, e o resultado tem sido muito interessante, porque acha que as pessoas não querem saber e não se preocupam com estas questões ligadas à conservação da natureza e à promoção do nosso património natural, estão muita enganadas, porque, de facto, as pessoas querem, interessam-se cada vez mais e querem colaborar”.
Plantadas mais de 50 mil árvores
O procedimento é simples e os pedidos podem ser efetuados até dia 20 de março. Para quem pretende plantar até 15 árvores, o pedido é simples. Todos os que pretenderem um número superior devem efetuar o pedido através de www.cm-lousada.pt/p/plantarlousadaquintal.
Já foram plantadas mais de 50 mil árvores, com o apoio de mais de 5700 voluntários que ajudaram a restaurar mais de 40 hectares de áreas degradadas. O balanço do projeto é “francamente positivo, num ano como este, super atípico, esperava-se que o número de pessoas a aderir a estas campanhas e a deslocar-se para virem buscar árvores diminuísse, mas, pelo contrário, aumentou cerca de 30% relativamente ao ano passado, o que eu acho que é um número bastante positivo”, esclarece Cláudia Silva, bióloga responsável pela entrega das árvores no Ecocentro.
“A gilbardeira foi a que teve uma procura enorme, porque é uma planta pequena com umas bolinhas semelhantes às do azevinho e cabe praticamente em qualquer lado, até em vaso se pode ter e já esgotaram.”
Foram muitos os interessados em plantar árvores que se estrearam este ano, que é explicado pelo facto de terem disponíveis novas espécies de árvores, “mais arbustivas, mais pequeninas, mais adequadas a espaços mais pequenos, como tivemos algumas novidades de espécies mais pequenas, acabou por atrair pessoas que antes nunca tinham levado plantas”, refere a bióloga.

As aveleiras, murtas, azevinhos e a gilbardeira foram as árvores mais procuradas pelos lousadenses. A gilbardeira foi a “que teve uma procura enorme, porque é uma planta pequena com umas bolinhas semelhantes às do azevinho e cabe praticamente em qualquer lado, até em vaso se pode ter e já esgotaram”.
“Quanto é que crescem e se produzem alguma coisa ou espécie de alimento, como as nogueiras e as castanheiras”, são as maiores dúvidas de quem quer plantar uma árvore no quintal.
As árvores estão disponíveis no Ecocentro, que pode ser visitado de terça a sexta-feira (10h – 12h e das 14h – 18h30) e ao sábado (10h – 12h). No total são cerca de 20 mil árvores e arbustos para oferecer a todos aqueles que queiram plantar ou florestar o seu quintal ou terreno com espécies nativas.
Durante o mês de dezembro decorreu a campanha Plantar Lousada no Natal, em que por cada compra superior a 35€ no comércio tradicional e nos supermercados aderentes, os consumidores receberam um vale para trocar por uma árvore. Todos os consumidores que ainda tenham o seu vale disponível, podem dirigir-se ao Ecocentro para proceder à troca e levar uma árvore para casa.