A Associação Desportiva de Lustosa foi criada a 14 de fevereiro, de 2013, onde começou a participar no campeonato da AFALousada. Atualmente, faz todas as suas competições na AFPorto e AAPorto, das quais Futebol, Futsal e Atletismo, respetivamente.
Lustosa estava sem equipa de futebol e, por isso, um grupo de amigos decidiu reatar o clube e formar uma direção. “Mudamos o nome e começamos novas equipas. No primeiro ano foi só futebol, no segundo fundamos o futsal feminino. No terceiro ano, o Atletismo de Codessos, Paços de Ferreira, veio falar com o, na altura, presidente Joaquim Couto, se poderiam juntar-se ao Lustosa. Aproveitamos e hoje temos as três modalidades”, explica Rui Teixeira, presidente da Associação Desportiva de Lustosa (ADL)
A ADL é relativamente recente, mas conta com um crescimento gradual. Atualmente, assenta a sua atividade nas modalidades de Futebol Sénior e nos escalões mais jovens de Formação, no Futsal com uma equipa Sénior Feminina e no atletismo Masculino e Feminino.

No total, são cerca de 130 atletas, inscritos na Associação de Futebol do Porto (AFP) e na Associação de Atletismo do Porto (AAP). O grande objetivo “é ficar nos primeiros três classificados, porque vai haver um alargamento de divisões e estamos a tentar subir. A pandemia veio afetar muito a equipa. Jogadores que fomos buscar acabaram por fazer só um jogo e outros até nenhum”, lamenta.
“Em todas as provas que entramos o objetivo é ganhar troféus, como temos feito até agora. No futsal, na Federação de Futebol do Concelho de Penafiel, já fomos campeões da Associação de Futebol de Penafiel, ganhamos a Taça dos Campeões, a Taça JOMA, a Supertaça e o Campeonato. O primeiro ano na AFP não correu tão bem, mas este ano queríamos fazer uma equipa mais competitiva”, afirma.
As principais dificuldades do clube são a nível financeiro: “é o mais grave e tentamos combatê-lo através dos patrocínios, dos sócios, dos eventos e os apoios da Câmara Municipal de Lousada e da União das Freguesias de Lustosa e Barrosas Santo Estevão”
Neste momento, “não pagamos aos atletas, só à equipa técnica. Mas os gastos são elevados, porque temos as taxas de jogos, inscrições de jogadores, seguros, deslocações e as lesões”, menciona.
“A nível de formação estávamos a crescer bastante, seguramente muitos dos atletas que tínhamos já não querem jogar futebol. Foi o que nos afetou mais. Tememos que alguns não voltem.”
Rui Teixeira
“A nível de formação estávamos a crescer bastante, seguramente muitos dos atletas que tínhamos já não querem jogar futebol. Foi o que nos afetou mais. Tememos que alguns não voltem. Já estão desinteressados. Pode ser que agora com o sintético consigamos captar mais atletas”, manifesta.
A formação é composta pelos escalões de sub-9, sub-11, sub-13 e sub-15, com cerca de 60 atletas, mas pretendem criar mais uma equipa na próxima época.
Sonho realizado
No meio da tempestade, surge a boa notícia: sintético vai mesmo ser uma realidade “Já andávamos há muito tempo a lutar para isso, tal como a antiga direção. Por um motivo ou outro não se conseguiu concretizar. Agora as partes chegaram a acordo e tenho a certeza que é desta que vai acontecer”, garante.
Segundo Rui Teixeira, a Câmara Municipal de Lousada e a União das Freguesias de Lustosa e Barrosas Santo Estevão chegaram a acordo para a sua construção, com as obras a poderem arrancar até ao final deste ano. Numa reunião, que colocou frente a frente Pedro Machado, Presidente da autarquia, Armando Silva, Presidente da União das Freguesias de Lustosa e Barrosas Santo Estevão, e em que esteve também presente António Augusto Silva, vereador do desporto e Rui Teixeira, todas as partes conseguiram chegar a acordo, que ainda falta ser assinado e oficializado.
Neste momento, decorre o concurso público da obra que ronda os 450 mil euros. A data prevista para o início das obras é 2021, no entanto, a obra só deverá ficar concluída no início da próxima época 2021/2022. O valor da obra ronda os 450 mil euros, que irá mudar totalmente o Campo dos Escravos.
O recinto será dotado de um relvado sintético, com construção de novos balneários e melhorias nos existentes, de iluminação LED e de um parque de estacionamento, infraestruturas que servirão sobretudo para potenciar o crescimento da Formação do futebol.
“É muito complicado para uma criança jogar num pelado todo enlameado, no inverno, e cheio de pó, no verão. Se não têm condições aqui e recebem uma proposta de outro clube, vão optar por ir. É um medo que tenho este ano.”
Rui Teixeira
“É muito complicado para uma criança jogar num pelado todo enlameado, no inverno, e cheio de pó, no verão. Há dois anos perdemos muitos atletas para o Eiriz, para o Vizela, para o Paços de Ferreira, o Vitória de Guimarães, o Benfica, é normal. Se não têm condições aqui e recebem uma proposta de outro clube, vão optar por ir. É um medo que tenho este ano. Se não tivermos o sintético, vai ser muito difícil manter a formação”, alerta.
Depois de concluído o sintético, o objetivo é captar, novamente, os atletas da terra que acabaram por sair em busca de melhores condições. “Os que andam fora vamos tentar cativá-los para tentar fazer uma boa formação esta época. É triste vermos atletas nos clubes vizinhos que vão à procura de melhores condições, porque aqui não há condições nenhumas. Acabamos por compreender a situação dos pais”, lamenta.
Durante muitos anos, a ADL teve todos os escalões de formação. Com o encerramento do clube, acabaram por perder os atletas. Com a melhoria das condições, a direção pretende voltar às conquistas e ter, novamente, todos os escalões.
O objetivo com a mudança para o sintético é ter mais receitas, “porque as pessoas vêm mais para assistir aos jogos. E se tivermos mais formação também angariamos mais sócios”, relata. Para já, ficam por realizar o sonho de subir de divisão, devido à paragem imposta pela covid-19, e a fundação de uma equipa de futsal masculino e outra de formação de futsal feminino.