Cresceu no hóquei, paixão que herdou da família. Começou a jogar aos seis anos e só aos 38 parou. Para dar o melhor à modalidade que lhe deu tanto, candidatou-se a Presidente da Federação, cargo que ocupará até 2024.
Bruno Santos, de 39 anos, cresceu com o pai a jogar hóquei. Começou aos seis e só parou aos 38, jogo que aconteceu em março do ano passado. Jogou de Lousada ao peito e representou a seleção nacional.
“O hóquei é uma modalidade que nos atrai, apaixona e aprisiona, porque largamos muitas emoções”, explica, recordando os dias que via o seu pai a jogar. “A minha parte preferida era o fim do jogo, quando ele me dava o stick e eu ia brincar para o campo”, conta.
De geração em geração, o hóquei foi-se intensificando na família. “Surgiu naturalmente, começamos a jogar todos juntos na brincadeira”, afirma, referindo-se aos primos e irmão. O que era para ser brincadeira ficou mais sério e começaram a competir. “Quando foi construído o sintético, tornamo-nos na equipa com mais troféus em hóquei de sala, começamos a ser campeões de hóquei em campo e a paixão foi aumentando”, orgulha-se.

Jogador da seleção nacional durante 30 anos, Bruno Silva caracteriza a sensação de representar o seu país de forma “arrepiante”. Atualmente, é o jogador com mais internacionalizações em Portugal.
“O hóquei é uma modalidade que nos atrai, apaixona e aprisiona, porque largamos muitas emoções.”
“Despedi-me também como capitão nacional e concretizei assim um dos meus sonhos, juntamente com o sonho de jogar ao lado de alguns ídolos”, recorda. Ao longo da sua carreira, a nível dos campeonatos nacionais seniores, Lousada ganhou 14 campeonatos de hóquei de sala e nove de hóquei em campo, que dá uma totalidade de 23 troféus, fora as Taças de Portugal e algumas competições europeias.
Não sendo isto o mais importante para o hoquista: “o que realmente fica são as amizades que conquistamos, o valor que conseguimos deixar nas pessoas”.
Reavivar o hóquei
Com cada vez com menos atletas, esta modalidade tem vindo a desaparecer e a passar despercebida, quer para os lousadenses, como para os portugueses em geral, “um dos passos que levou esta equipa a candidatar-se à Federação é mesmo essa, reavivar a alma do hóquei”, relata. É, por isso, objetivo da nova presidência, “arranjar novos atletas e incutir o gosto por esta modalidade às próximas gerações”, confirma.
Esta lista, presidida por Bruno Santos, é constituída por amigos, que são rivais em campo, mas não fora dele, “e esta é a magia do hóquei”. Acreditando que dentro de campo já não fazem a diferença que em tempos passados fizeram, estava na altura de a fazer do outro lado das linhas.

Em junho deste ano vão tomar posse, até 2024, e o que prometem é “muito trabalho e dedicação. Primeiro queremos criar uma base de recrutamento que permita aos clubes irem buscar jogadores e queremos apostar no hóquei feminino, mas de base também, desde crianças”, revela.
Pretendem rentabilizar a parte social do hóquei para que seja possível “criar boas memórias, boas ligações e ligar emoções a esta modalidade, e é o que acaba por fazer as pessoas ficarem”.
Na carreira de jogador, o momento que mais o marcou foi o primeiro campeonato indoor que conquistou com a sua equipa: “o jogo foi cá em Lousada e foi a prolongamento. Era golo de ouro, ou seja, quem marcasse ganhava, e fui que marquei, foi um sonho”, testemunha.
Depois de encerrar um percurso cheio de vitórias, conquistas e sonhos realizados, Bruno Silva não deixou nada por fazer: “estive onde quis estar, consegui fazer aquilo a que sempre me propus”. Sente-se realizado com tudo o que conseguiu e com tudo o que proporcionou aos lousadenses e aos seus colegas durante estes anos de carreira.
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