Por Catarina Alves
Terapeuta da Fala
O papel dos pais é dificultoso, requer muitas manobras, busca de conhecimento, questões constantes, dúvidas sem fim, mas sobretudo é necessário no meio destas incertezas resgatar o amor, a autoconfiança e a aceitação…
Ter um filho é dos atos de maior responsabilidade e altruísmo que podemos assumir perante nós e o mundo…sabemos que temos de o criar, educar, dar amor e sobretudo brincar com eles…. Sim, porque no brincar está a vida da aprendizagem!
O estarmos presentes no início dos seus primeiros anos de vida é dar-lhes o que de melhor temos, ou seja, a nossa essência, sem que tenhamos de corresponder propriamente ao que socialmente nos podem julgar… Não existem papeis estanques, neste campo da parentalidade…
Ter dúvidas é normal, muitas vezes sentimo-nos inseguros, quando nos questionamos se estamos a ir pelo melhor caminho, se estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance, para que o nosso filho cresça de forma saudável!
Muitas vezes fazemos tudo, e por vezes o desenvolvimento dele não corresponde às expectativas esperadas!
Procurar ajuda nem sempre é fácil, porque em muitos momentos não sabemos por onde e quando começar! A espera para que tudo normalize ou para que a criança alcance as competências que determinam o seu desempenho no futuro, nem sempre é a melhor opção!
Acontece, que ao consideramos normal ouvir dizer; “quando crescer ele/a chega lá” ou “as crianças são diferentes, cada um segue o seu ritmo”, estas afirmações podem ser perigosas, na medida em que ao não termos uma avaliação especializada, não devemos dar como definitivas estas afirmações, e por isso é importante pedir ajuda! Sabemos que uma intervenção precoce e antecipada pode minimizar consequências no desenvolvimento infantil e ao retardar esta mesma avaliação/intervenção, os efeitos colaterais nefastos tendem a ser mais difíceis de contornar. Por isso, devemos sempre tomar algum cuidado quando decidimos esperar… Uma consciência positiva é o estado que podemos encontrar nesta equação de ser pai ou mãe!
Ao longo do seu desenvolvimento a criança vai dando sinais de que está a aprender algo novo, de que é capaz de se comunicar cada vez mais e melhor, e a imitação do adulto vai sendo cada vez mais real, até chegar ao grande momento da fala, que acontece por volta dos 12 meses.
Contudo, nem sempre o desenvolvimento linguístico se dá tendo em conta o que é expetável para a idade, por falta de estimulação, comprometimentos das capacidades intelectuais ou outros fatores associados…. E existem sinais que facilmente podemos detetar, para que possamos encaminhá-los para Terapia da Fala, de forma a terem uma intervenção/acompanhamento atempado face às dificuldades expostas por cada criança. Desde logo podemos perceber sinais de alerta que a criança vai manifestando, sendo eles:
– Não mantém contacto ocular direto nos momentos de interação;
– Não demonstra iniciativa para a fala;
– Iniciou o processo de fala, mas dificilmente se faz entender;
– Tem 2 anos e não fala quase nada;
– Utiliza somente os gestos ou expressões faciais para se expressar (a partir dos 12 meses);
– Não compreende o que lhe dizemos ou perguntamos!
– Apenas compreende, mas não consegue comunicar eficazmente;
– Tem 4 anos e revela muitas dificuldades articulatórias;
– Tem 4 anos e gagueja de forma frequente;
– Não consegue formar frases simples ou complexas;
– O seu discurso não é percetível;
– Tem dificuldades auditivas;
– Diz palavras com uma ou duas sílabas;
– Tem dificuldades em nomear as cores, partes do corpo, animais, etc.;
– Revela baixo vocabulário;
Estes são alguns sinais de alerta mais frequentes. Por isso esteja atento e procure ajuda o quanto antes, para que as dificuldades sejam diminuídas de forma mais célere! Neste processo de desenvolvimento é muito importante que tenhamos um tempo dedicado a 100% aos nossos filhos, onde o brincar esteja sempre presente! Acredite que consegue fazer diferença na vida do seu filho, pois é o modelo impulsionador, das capacidades infinitas para a sua criança, independente de qual seja a sua condição!
Ellus Saúde – Saúde Materna, Saúde Infantil e Parentalidade
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