LouzaRock por José Carlos Carvalheiras
O músico lousadense Pedro Cabanelas Bessa, radicado em Londres, agora dá-se pelo nome artístico The Jason Payne. Com a banda The Black Leather Riders, lançou o disco de estreia que se chama The Abyss e vem com um vídeo promocional intitulado The Purge. O estilo metálico foi definitivamente assumido por este jovem músico depois do seu projeto inicial, os Louzada, uma banda também formada em Inglaterra.
Convidamos três pessoas entendidas na matéria para avaliar este trabalho: Berto Boss, Pedro Matos e Carolina Oliveira.
PEDRO MATOS
(ex-viola baixo da banda Secos & Feios)

Gostei particularmente do videoclipe The Purge. O novo trabalho de Jason Payne é bem enérgico, pesado e carregado de grandes malhas dentro dos parâmetros de um registro Trash Metal tradicional – Trash metal Vintage, eu diria. Estes jovens surpreendem muito com este novo registo, composição bem harmoniosa entre uma mensagem sombria e carregada de sentimentos negativos e depressivos de uma personagem prisioneira na sua alma, pela tristeza e desespero, sonorizada pelos riffs bem pesados, ora bem agressivos, ora bastante melódicos, culminando num refrão melodioso, cantável, nunca perdendo a sua natureza agressiva, bem Trash Metal. Verifica-se uma riqueza rítmica na bateria, impondo sempre um Groove digno de fazer “abanar a cabeça”. O timbre da voz está perfeitamente adequada à mensagem, contendo agressividade e melodia de acordo com a parte da música em questão, assim como o baixo ligando com ferocidade o ritmo à harmonia com um timbre perfeito! Parabéns, muito bom! O destaque na minha opinião foca-se no contraste bem marcante dos versos bem agressivos e pesados com um refrão melódico, passando pelo solo de guitarra cheio de virtuosismo, que muito acrescenta e tempera este tema.
BERTO BOSS
(Produtor de Eventos Musicais)

Jason Payne & The Black Leather Riders, trazem-nos com esta “Depuração” the Purge, um misto de sabores limpos e bastante claros sobre como os jovens atuais vêm e fabricam o Metal. É possível neste tema termos a mistura destes géneros: Nu, Progressivo, Metal Core. Se nos Anos 80 e 90 tínhamos os géneros bastante diferenciados, o mesmo não acontece nos dias de hoje muito à custa desse legado deixado por bandas como Nuclear Assult, Lazz Rockit, Acid Reign, Exodos entre outros. As guitarras sujas e a voz arranhada e estridente de Jason Payne fazem-me retroceder no tempo e avivam-me a memória dos tempos áureos do Trash Metal e do Metal Core, por outro lado a melodia traz a influência dos novos géneros mais atuais do Nu Metal e do Metal Progressivo. Aqui não me arrisco a comparar, pois as influências da banda devem ser muitas assim como a incrível quantidade de bandas deste género que apareceu nos últimos 15 anos. Jason Payne & the black leather consegue fazer-nos viajar por algo que nos anos 80 e 90 seria quase impossível, vários géneros musicais numa só música! Não me atrevo a dizer que haja qualquer imaturidade na forma como apresentam “The Purge” pois com toda a informação musical que tem atualmente e toda a herança que os anos 80 e 90 lhes deixaram para se poderem inspirar, só posso acreditar que este é o caminho que querem seguir. Uma mistura ou até se quiserem um cocktail de sons metálicos e derivados que se refletem nesta agradável surpresa musical. Desejo que continuem a abordar a música desta forma, livre e descontraída e sem vínculos. Parabéns.
CAROLINA OLIVEIRA
(Intérprete e estudante de Engenharia)

Jason Payne & The Black Riders continuam a dar-nos (boa) música. Bem fresquinho, temos o mais recente single da banda, ‘The Purge’, lançado a 16 de julho e que conta já com mais de 115.000 visualizações no YouTube. Numa música sobre libertação e dissociação perante os próprios demónios, acompanhamos a superação de uma fase menos positiva na vida de Jason Payne. O músico surge acorrentado a uma cama, uma referência à primeira linha que canta, onde relata que se encontra preso na sua consciência. Ao longo de 5 minutos, acompanhamos uma luta plena de dor e arrependimento, transparecida na letra e na melodia do single, culminando na libertação do artista, vendo a sua figura substituída por uma serpente, símbolo da escuridão e do pecado. Nas redes sociais da banda, o feedback relativo a este tema e ao trabalho até então desenvolvido tem vindo a ser bastante positivo e, de facto, como é bom poder acompanhar de perto o percurso desta promissora banda, em especial do Pedro (Jason Payne), que todos os dias luta pelos seus sonhos de miúdo, conquistando os palcos londrinos. Para quem é fã de Metal ou que ficou curioso com o trabalho deste músico lousadense em ascensão, aconselho a ouvir ‘The Purge’, mas também a seguir a banda e o músico nas redes sociais para não perderem as novidades que, de certeza, estão aí à espreita.