Durante os dias 8 e 10 de outubro, Lousada Ténis Atlântico recebeu o Circuito TCR2, um evento do calendário nacional de ténis em cadeira de rodas.
Carlos Leitão, atleta do CT Pombal, foi o grande vencedor da prova, que contou com um total de sete jogadores.
Depois de uma prova equilibrada, o atual campeão, 111.º no ranking ITF, deixou para trás José Sousa (CT Marco) por 7-6 (2) e 6-2 e acabou por superar Fábio Reis (VTPA) no encontro final, com os parciais de 6-7 (5), 6-2 e 6-4.
O grande vencedor, Carlos Leitão, de 50 anos, começou a praticar ténis em cadeira de rodas em 2000. “Comecei a praticar depois de ter tido um acidente durante um jogo de futsal. Nunca cheguei a jogar ténis sem ser na cadeira”, reflete.

Para o atleta, “este foi um jogo muito equilibrado” e acredita que “é sempre bom chegar à final”, mas ganhar “é sempre muito melhor”.
“O meu objetivo é continuar a praticar a modalidade e torneio a torneio tentar ganhar o máximo que conseguir.” – Carlos Leitão
Carlos Leitão é um veterano nas vitórias e já foi campeão nacional oito vezes, sendo que sete foram consecutivas. Depois desta vitória, “o meu objetivo é continuar a praticar a modalidade e torneio a torneio tentar ganhar o máximo que conseguir. Toda a gente quer ganhar, só temos de dar o nosso melhor”, afirma.
O segundo classificado foi Fábio Reis, de 33 anos, natural de Santa Maria da Feira e a residir no Algarve. Há sete anos, um acidente mudou-lhe a vida e isso levou-o a praticar ténis de cadeira de rodas. “Estou muito motivado e muito contente com os resultados que tenho tido nestes últimos dois anos. Até ao acidente, só praticava futebol, onde queria ser o Cristiano Ronaldo, agora quero ser o Cristiano Ronaldo do ténis”, brinca.

“Neste torneio fiz uma das minhas melhores vitórias desde que comecei a praticar, para além de ter sido campeão nacional em pares com o meu parceiro, no ano passado, ganhei 6-0 6-3, fiz um ótimo jogo, um dos melhores jogos do ano. Estar na final é muito bom, é a minha primeira final no TCR. É um dia que fica marcado pela data do meu acidente, mas também pela presença na final”, reflete.
“Acima de tudo quero desfrutar do ténis e aproveitar todos os momentos dentro de campo. Continuar a trabalhar para ser o melhor, que é esse o objetivo.” – Fábio Reis
O jogo da final acabou por não correr tão bem para o atleta, que acabou por ficar em 2.º lugar. “Agora, só tenho de analisar as coisas boas e as coisas más que fiz dentro de campo e continuar a treinar para as próximas competições”, assegura, acrescentando que o foco “é ser o primeiro jogador português a marcar presença nos Paralímpicos em Paris, em 2024, e ser campeão de singulares este ano”.
“Acima de tudo quero desfrutar do ténis e aproveitar todos os momentos dentro de campo. Continuar a trabalhar para ser o melhor, que é esse o objetivo”, termina. Apesar de ser uma modalidade com poucos apoios, Fábio Reis sublinha o apoio do “Vilamoura Tennis & Padel Academy”, de Pedro Frazão, da BIDI BADU Portugal e da SOLINCO Portugal.
Em ação, estiveram ainda os jogadores João Sanona, do Clube Ténis de Setúbal, Paulo Silva e Cristiano Magalhães, ambos do CT Marco e Francisco Aguiar (CS Nun’Álvares).
Em pares, Carlos Leitão e Fábio Reis acumularam um total de seis pontos, após vencerem todos os encontros. Na segunda e terceira posição, ficaram as duplas João Sanona/Paulo Silva e Francisco Aguiar/José Sousa, respetivamente.
Já no quadro B, Francisco Aguiar levou a melhor sobre Paulo Silva, pelos parciais de 6-1 e 6-0.
O TCR 5 vai decorrer em Lousada, nos dias 6 e 7 de novembro.
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