Opinião de Raquel Pinto, Psicomotricista
“Ainda é cedo”, “Ainda é muito pequenino…” são frases que ouvimos com frequência quando falamos de crianças com menos de 6 anos. Se isto é 100% verdade? Claro que não! E porquê? O que têm os primeiros 6 anos de vida de tão especial?
O processo de desenvolvimento humano é cada vez mais compreendido e valorizado. Existem diversas evidências científicas que comprovam que os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento da criança e representam oportunidades significativas para o seu crescimento. Descobertas recentes têm demonstrado que a primeira infância, que vai da gestação aos 6 anos, é a fase mais crítica do ser humano no que diz respeito ao seu desenvolvimento biológico, cognitivo, motor, linguístico, emocional e social.
Por isso, e por muito “estranho” que possa parecer, a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo começam muito antes da educação formal, seja ela feita em casa, na creche, na pré-escola ou no 1º ciclo. Hoje sabe-se que cerca de 90% das células cerebrais são formadas antes do nascimento e durante os 6 primeiros anos de vida. Sabe-se ainda que o desenvolvimento do cérebro é extremamente suscetível às influências do ambiente onde a criança vive. As primeiras experiências têm, assim, um impacto muito significativo e não devem ser limitadas à antiga ideia de que “são demasiados pequeninos”.
Ao longo do processo de desenvolvimento infantil, existem “períodos críticos” que dizem respeito à capacidade que a criança tem de observar e aprender. Apesar de ser possível compensar as oportunidades perdidas, os efeitos acumulados pela falta de estimulação na primeira infância podem ter consequências duradouras para os indivíduos. Assim, é extremamente importante oferecer à criança diversos estímulos. Nos primeiros anos de vida, aprender é muito mais do que ler, escrever ou saber sentar-se quieto e sossegado. Nestas idades, a aprendizagem deve envolver a criação de oportunidades de exploração do ambiente, novas descobertas e a capacidade de se conseguir adaptar a diferentes contextos e situações. Quando completam 6 anos de idade, as crianças necessitam de estar preparadas para fazerem uma transição tranquila para o 1º ciclo, onde a aprendizagem continua a desenvolver-se sobre as bases que construídas nos anos anteriores.
Mas de que forma a aprendizagem se processa nestas primeiras idades? De forma muito simples (e muito divertida): a sentir, a explorar e a experimentar – sempre a brincar! As brincadeiras, mesmo as mais simples, são fundamentais para o desenvolvimento completo, harmonioso e saudável de qualquer criança. Convém salientar que toda a aprendizagem começa com o afeto e com o carinho. É esta a base a partir da qual as crianças ficam mais confiantes e recetivas a novos estímulos.
Por isso, nunca é cedo demais para brincar, nunca se é pequeno demais para aprender. Importa sim que sejam criadas condições de qualidade necessárias (seleção dos brinquedos e dos contextos a serem explorados, criação das condições de segurança necessárias…) para que a criança tenha liberdade para brincar, explorar, sentir e testar sem limites. Com a devida supervisão, esta liberdade é fundamental para que, de forma progressiva, a criança domine o seu corpo, perceba suas capacidades e potencialidades e conquiste as suas habilidades corporais. Estas serão as bases para que lhe vão permitir entender o mundo que a rodeia, através de todos os seus sentidos, e proporciona-lhe os meios necessários para o compreender, para aprender com ele e para transformar sentimentos e ideias em ações.
Tendo em consideração de que a infância é uma das fases mais importantes no processo de desenvolvimento humano, que a Ellus Saúde desenvolveu um conjunto de programas de estimulação de competências, denominado Mental Power Kids, onde o desenvolvimento psicomotor nas crianças desempenhará um papel fundamental neste projeto.

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