por | 18 Nov, 2021 | Sociedade

Negócio das flores refloresceu este ano 

Depois de um ano atípico marcado pela pandemia e pelas restrições na entrada dos cemitérios e celebrações religiosas, os rituais habituais que marcam o dia de Todos os Santos e o dia dos Fiéis Defuntos regressaram sem restrições. Apesar do fim-de-semana prolongado, em Lousada a chuva fez-se sentir na venda de flores. 

O dia de Todos os Santos festeja-se a um de novembro, festa celebrada pelos crentes de muitas igrejas da religião cristã, por ser herdada da tradição apostólica. Este dia é comemorado em honra aos santos desconhecidos e conhecidos, mártires e cristãos heroicos celebrados ao longo do ano. Nesse dia também é celebrado, por antecipação, os fiéis Defuntos, que se celebram a 2 de novembro.

Andreia Pereira

Este dia é dedicado a homenagear todos aqueles que já partiram. Em Portugal, é tradição os familiares enfeitarem as campas dos seus familiares nos cemitérios e ao longo desse mesmo dia visitam os cemitérios para deixar ramos e velas. Antes da visita ao cemitério, realizam-se missas nas paróquias e, em seguida, faz-se uma procissão até ao cemitério.

Apesar das velas que cada família deixa na campa do seu ente querido, as flores são a tradição mais comum. Andreia Pereira é florista e proprietária da Floris, que abriu portas este ano e, por isso, foi o primeiro ano que trabalhou neste dia. 

“Não tenho um historial de comparação em relação a anos anteriores, mas acredito que este ano me correu bem”, comenta, considerando que foi um fim de semana de grande afluência e procura. 

“Não tenho um historial de comparação em relação a anos anteriores, mas acredito que este ano me correu bem.” – Andreia Pereira 

Não sabendo o que contar, devido a ter começado o seu trabalho como florista recentemente, Andreia não estava à espera desta grande afluência, “num dia fui buscar três vezes flores”, afirma.

Com o tempo bastante incerto, e dias bastante chuvosos, a florista afirma que a meteorologia do fim de semana não foi um fator negativo para o seu negócio: “não senti que aqueles dias de grande temporal influenciaram de forma negativa o meu negócio”, finaliza.

Pior ano de vendas 

Em funcionamento há 22 anos, a “Joaninha Florista” admite ter sido o pior ano de sempre no que diz respeito à venda de flores. “Este é um dia muito importante para nós e este ano foi o pior ano de sempre. Até dia 30 vendemos minimamente bem, no domingo foi um desastre, a chuva foi muita e as vendas pararam”, revela Armanda Rodrigues, proprietária. 

“Este é um dia muito importante para nós e este ano foi o pior ano de sempre.” – Armanda Rodrigues 

Comparando com as vendas que conseguiram no ano passado e com um ano tão limitado como o de 2020, a florista julga que este ano foi bem pior que o do ano passado. Com 22 anos de experiência e com bastantes tempestades pelo meio, o ano que menos afluência teve foi entre 2005 e 2006, “choveu muito e nesse ano até deu prejuízo”, relembra.

Armanda Rodrigues

Este é um dos negócios que mais depende do tempo, contudo, Arminda afirma que nem tudo está relacionado com o estado do tempo, mas também com “a concorrência desleal”, que hoje em dia está cada vez mais à vista. “Algumas pessoas que não são floristas vendem à porta dos cemitérios e assim não temos possibilidade de cobrir essa concorrência”, lamenta. 

Vendas refloresceram 

Ao contrário da “Joaninha Florista”, a “Meiflor”, com 26 anos de experiência na arte das flores, revela que foi um “bom ano” para a venda de flores. “Vendi muito bem, não fiquei com restos de flores, foi o melhor ano que tive nos últimos tempos”, revela. 

“Acho que uma das razões pode ser o facto de o ano passado ter sido muito restrito, devido à pandemia. Acho que as pessoas também andam muito carentes”, explana, acreditando que um ano difícil como o de 2020 deixou as pessoas mais saudosas.

Maria de Fátima

“Para além das vendas que fiz aqui em loja, também montei um pequeno espaço em frente ao Cemitério de Cristelos para conseguir escoar o produto.”

Se para alguns a chuva foi um problema, para Maria de Fátima isso não se revelou: “a chuva não estragou o meu negócio, de todo. Tudo correu normalmente, sendo que foi um dos melhores anos. Para além das vendas que fiz aqui em loja, também montei um pequeno espaço em frente ao Cemitério de Cristelos para conseguir escoar o produto”, manifesta. 

Preço das flores aumentou 

O consecutivo aumento do preço dos combustíveis também se fez sentir neste Feriado de Todos os Santos, através do preço das flores, num dos dias mais proveitosos do ano para este negócio.

De acordo com declarações da vice-presidente da Associação de Floristas e Fornecedores Unidos de Portugal (FLORUNI), o preço dos combustíveis está a afetar os custos de produção, que envolve o transporte de nutrientes, mas também o transporte e o armazenamento.

Segundo a mesma, as flores ficaram não só mais caras como com menos qualidade, devido à dificuldade de garantir os produtos que conservam as flores, após a colheita.

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