NOVAS LOJAS UM POUCO POR TODA A VILA
Nota-se em Lousada uma certa dinâmica comercial, que é sempre digna de registo, ainda mais se atendermos ao contexto de incerteza, por causa da pandemia. Por isso, fomos ouvir a opinião dos profissionais do setor, sobre os desafios que se colocam. Também recolhemos a opinião do vereador Nelson Oliveira, que considera que este crescimento comercial não se deve só ao Natal.
Embora sejam muitas as lojas por ocupar, sobretudo nos novos edifícios da área urbana, têm surgido em Lousada novos estabelecimentos comerciais, sobretudo lojas de pronto-a-vestir e de restauração. Nos tempos que correm, é de enaltecer o arrojo dos investidores.
Na opinião de Nelson Oliveira, responsável pelo pelouro do Licenciamento de Atividades Económicas, o surgimento de novas lojas nos últimos tempos, não se deve apenas à época natalícia, que é por tradição uma época fortemente comercial.

O vereador afirma que “a verdadeira razão para este crescimento é estrutural e não pontual. É um facto que Lousada ao longo dos últimos anos tem vindo a crescer, quer em termos populacionais e habitacionais, mas também ao nível empresarial e a vinda de novos investimentos com renome é o reflexo deste crescimento sustentado que temos vindo a ter”.
“É por demais evidente que os investimentos só são feitos em locais onde há certeza de retorno financeiro a longo prazo e, por esse motivo, é com satisfação que comprovamos esse interesse por Lousada”, acrescenta o autarca.
É caso para perguntar se sem pandemia a oferta comercial seria ainda melhor, ao que Nelson Oliveira responde que “a pandemia afetou todo o país e o mundo, mas também julgo que perante a dificuldade existe um espírito de iniciativa empresarial e de resiliência que ficou ainda mais reforçado e permitiu que novas ideias e projetos surgissem nas mais diversas áreas”.
Há rumores em Lousada que levantam a possibilidade de vinda de novos investimentos de multinacionais da área comercial. Acerca disso o vereador nada adianta: “é uma questão que, acima de tudo, a iniciativa privada é que dita. Cabe-nos criar atratividade no nosso território e gerir este crescimento de forma aprazível e sustentada, que é isso que temos feito. Por isso, face ao que já se verifica, estou certo que novos investimentos, geradores de postos de trabalho, continuarão a surgir, mas sobretudo centrados nas apostas industriais”.
Questionado sobre as implicações decorrentes da inexistência de uma associação comercial em Lousada, Nelson Oliveira afirma: “o Município de Lousada já deu o primeiro passo para que esta associação possa surgir. Aquando de uma reunião solicitada por um conjunto de comerciantes para debater as questões associadas à pandemia e ao efeito que esta situação poderia ter no comércio, lançamos esse repto aos comerciantes que entretanto tiveram algumas reuniões de trabalho entre si”.
Em jeito de conclusão, afirma que “o Município deverá sempre apoiar e ajudar, mas nunca ser o principal promotor, sob pena de desvirtuar o que se pretende. É algo que tem que nascer por livre iniciativa e total comprometimento dos comerciantes, porque só assim terá sucesso e futuro”.
Antigo Café Avenida ganha outra vida

Na Avenida Senhor dos Aflitos abriu ao público, esta semana, o mais recente estabelecimento comercial da vila, onde há décadas funcionou o célebre Café Avenida. Chama-se Riviera e é uma padaria e confeitaria, de Estela Martins, de Penafiel.
“Decidi abrir em Lousada por sugestão de uma família de cá, que é muito nossa amiga e que nos mostrou este sítio, que queremos revitalizar e dar nova vida”, começou por dizer a proprietária.
O nome Riviera “não foi a primeira escolha, mas o nome inicial podia não ser bem aceite pela população”, afirma Estela Martins, que tinha em mente chamar “Materone” ao estabelecimento.
“Estive muitos anos na Suíça, em Zermate, perto do monte Materone, onde surgiu o chocolate que é famoso a nível mundial, o Toblerone”, revela.
Na Suíça, esta família já tinha um negócio deste género, “até que decidimos que era tempo de regressar e cá estamos. Temos esperança que o Natal vai ajudar com muitas encomendas de doces tradicionais desta época”, afirma a gerente do Riviera.
Florista nova na rua Visconde de Alentém
Também natural de Penafiel é a florista Andreia Pereira, que abriu uma loja desse ramo na rua Visconde de Alentém. “Eu trabalhava em ourivesaria, mas no início do ano, quando estava em confinamento, decidi fazer uma formação online sobre flores e arranjos. O resultado foi excelente e decidi investir. O meu namorado ajudou e cá está a «Floris» aberta em Lousada”, explica a comerciante.
“Inicialmente o objetivo era abrir num espaço do Intermachê de Penafiel, mas eu não estava contente e queria uma loja de rua. Certo domingo, ao passear em Lousada com a minha mãe, vimos o anúncio de aluguer deste espaço e decidi avançar”, revela.
Andreia Pereira abriu a loja em Outubro e afirma estar “contente com os resultados já obtidos e espero que o Natal seja também motivo de bons negócios”. As coroas decorativas são uma das suas principais ofertas nesta altura, tendo-se deixado fotografar precisamente com uma que havia terminado de fazer para uma encomenda.
Empregada toma conta de negócio nas Pocinhas
O encerramento da Maxipão, na esquina da Praça das Pocinhas com a rua da Constituição da República, deu lugar a um novo estabelecimento de padaria e confeitaria. A loja chama-se Bom Sabor e abriu em Outubro, por Ana Guadalupe, uma ex-funcionária daquele franchise de Matosinhos, que fechou em Lousada após ano e meio naquele local.

A funcionária Filipa Sousa, de Nevogilde, acredita que “é uma época boa para o negócio, porque apesar da pandemia as pessoas de Lousada vão fazer o Natal acontecer, com tudo de bom”. As rabanadas, os sonhos, o bolo-rei, o pão-de-ló e demais iguarias típicas desta época podem ser encomendadas neste estabelecimento, onde a confeção é da responsabilidade da própria dona.
O trabalho é tanto que na ocasião da nossa visita ao estabelecimento ainda não havia decoração de Natal. Por um lado, não deixa de ser um bom sinal.
O primeiro Natal ao balcão

Para Tatiana Ferreira este é o primeiro Natal a trabalhar num ramo totalmente novo. Está há poucos meses no balcão da Padaria Santa Marta, que se situa no entroncamento da Estrada da Bota com a rua António Gomes Ribeiro, em Lousada.
Na sua opinião, “a clientela é muito simpática e tem ajudado muito nesta minha experiência profissional, que espero tenha muito sucesso”.
Embora a especialidade em bolo-rei seja o forte deste espaço comercial, os produtos salgados também são muito procurados, desde os rissóis às empadas, passando pelos bolinhos de bacalhau e croquetes de carne.
“O panorama que se vive no mundo é um bocado incerto, mas acredito muito que o Natal vai trazer muitas encomendas. Eu não estava cá no ano passado mas pelo que ouvi dizer as expectativas deste ano são bastante melhores”, refere a jovem.
Pronto-a-vestir na “avenida nova”

Vânia Silva e Joana Cunha inauguraram recentemente uma loja de pronto a vestir para os mais novos. Perguntamos se isso exigiu coragem: “achamos que abrir um negócio por si só exige coragem, independentemente de ser em tempo de pandemia ou não. Claro que em tempos de pandemia podemos ter receio de haver confinamento outra vez, mas hoje em dia o e-commerce está bastante presente na vida das pessoas por isso temos sempre essa via como forma de vender”, respondem as empresárias.
Fazendo um balanço destas semanas de funcionamento, dizem que “tem sido favorável visto que vendemos diferentes produtos para bebés e crianças, e o Natal é principalmente para os mais pequenos”.
Por fim, explicaram o nome da loja, O Cantinho da Girafa: “queríamos um nome que as crianças gostassem e ficasse na memória, e quando estávamos a ver marcas reparamos que havia sempre um peluche de girafa, então optamos por esse nome”.
Irmãs combinam gostos diferentes

Olga e Emília Carvalho são irmãs com gostos diferentes, mas que se combinam no salão de chá e refeições ligeiras que abriram junto à Escola Secundária de Lousada. Chama-se Doce Equilíbrio e representa o gosto de Olga pela doçaria e o gosto de Emília pela comida menos calórica.
“Eu tinha ficado desempregada quando fechou a fábrica de confeções onde trabalhava e decidi desafiar a minha irmã para se juntar neste negócio com oferta de produtos originais e aqui estamos a dar o nosso melhor”, afirma Olga Carvalho.
“Eu larguei tudo em Felgueiras e aceitei o desafio. Está a ser muito gratificante. No ano passado tivemos muito trabalho no Natal e este ano também está a ser muito produtivo, apesar dos contratempos que se vivem atualmente em todo o lado”, diz Emília.
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