Natural da freguesia de Vilar do Torno e Alentém, Vítor Teixeira, de 49 anos, e sua esposa, Amélia Magalhães, de 47, vivem há 17 anos nos Estados Unidos da América, com dois filhos, Gonçalo Teixeira, de 20, que foi para lá com 3 anos de idade, e o filho mais novo, Tiago, que nasceu naquele país há 11 anos.
“Nasci e cresci na freguesia de Vilar do Torno e quando me casei passei a residir na Senhora Aparecida (Torno), vila pela qual sou apaixonado”, diz Vítor Teixeira sobre as suas origens. “Emigrei para os Estados Unidos há 17 anos, mais precisamente em Setembro de 2004. Foi uma decisão tomada por motivos financeiros, a minha esposa já tinha familiares aqui, daí a vinda para New Jersey. Vivemos na cidade de Elizabeth, uma cidade dormitório de Nova Iorque. Estamos a 20 minutos de Nova Iorque, o que nos permite visitar frequentemente”, descreve o emigrante lousadense.
A adaptação não foi muito fácil, apesar do apoio dos familiares que já lá estavam: “emigrei com a minha esposa e com o meu filho mais velho, na altura com 3 anos, o que tornou a adaptação mais difícil”, afirma Vítor Teixeira. Os idiomas foram uma das barreiras que tiveram de ultrapassar, principalmente pelo filho: “ele entrou na escola alguns meses depois de aqui chegarmos e não falava nem de inglês nem de espanhol, que é o segundo idioma mais falado aqui”.
Sobre a zona do país onde vivem, este lousadense afirma que “tem as quatro estações do ano bem definidas e o Inverno é bastante rigoroso, pois cai muita neve”.
A ida para os EUA aconteceu com o objetivo concreto de trabalhar com familiares numa padaria e hoje continua no mesmo ramo de atividade. “Hoje, passados 17 anos desde a nossa chegada, estamos bem integrados na cultura americana. Uma das coisas que gosto nos americanos é que eles sabem receber bem, tratam todos por igual. Mas devo salientar que os portugueses são bem vistos pelos americanos”, explica Vítor Teixeira.
“O pior de ser emigrante é a saudade”, declara, acrescentando que “tenho saudade de tudo e de todos, mas principalmente das pessoas da família. Aqui onde estamos existe uma comunidade portuguesa muito grande e vários restaurantes portugueses e também temos um clube português, onde podemos matar saudades da cultura portuguesa”, diz o nosso entrevistado.
“Quando emigrei para este país, a ideia era ficar cerca de cinco anos mas, o tempo foi passando e os filhos foram crescendo, com o mais velho já com 20 anos e está no segundo ano da universidade e o mais novo nasceu aqui e tem 11 anos. Mas um dia vou voltar, certamente”, declara o emigrante.
Para o final deixamos a abordagem ao tema da pandemia da Covid-19, que afeta o Mundo: “a pandemia, por aqui, foi assustadora no início mas, com o passar do tempo, fomos aprendendo a viver com ela”, revela.
Em jeito de conclusão, Vítor Teixeira afirma: “só tenho a agradecer a este país que considero a minha segunda pátria, mas continuo a ter muito orgulho em ser lousadense”.
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