Constituído em dezembro de 1993, o Lousada Académico Clube, foi fundado por vastos indivíduos ilustres da vila das Camélias. Ousados a explorar caminhos pouco conhecidos quando o basquetebol, em Lousada, era ainda um desporto embrionário. O apelidado L.A.C., na altura, orientou-se na direção de várias modalidades.
O nome do Doutor Jorge Magalhães, ex-presidente da Câmara Municipal de Lousada, é inevitável de ser abordado quando se fala na história desta associação. Porém, a par deste, surgem como: Eurico Santos, Joaquim Vasconcelos, Jaime Ferreira, Amilcar Moura, António Regadas, Elke Gsdorff, António Marques e, por fim – sem menor importância – Eduardo Pintado. No momento da formação, criaram um clube com vários desportos, porém, o basquetebol permanece ainda nos dias de hoje com várias metamorfoses pelo meio.
O objetivo desta formação era dar uma maior notoriedade à modalidade basquetebol, um desporto coletivo inventado em 1891 por um professor de educação física. A dimensão imaginada desde o início foi concretizada com muito esforço e dedicação por parte de todos os membros do clube.
Inicialmente, a procura de atletas era mínima até que se intensificou, chegando a albergar 160 inscritos na Federação Portuguesa de Basquetebol. Este número significativo aconteceu nas épocas áureas da associação em Lousada. Desde a época de 2007/2008 até à época de 2013/2014, o L.A.C. possuía todos os escalões possíveis, com as participações de ambos os gêneros – feminino e masculino.
“O Lousada Académico Clube tinha a começar no minibasquete e a acabar nos seniores, havendo ainda equipas B e também C em certos escalões”, salienta Joaquim Ferreira, atual presidente do L.A.C. O auge deste clube dispôs de uma estratégia sólida que nutriu resultados à posteriori. A mesma consistia na contratação de professores de educação física para a função de treinadores e, dessa forma, a captação de jovens tornava-se garantida.
Curiosamente, a técnica utilizada pelo Lousada A. C. em optar por profissionais de áreas associados à prática de exercício físico, relembra o início da história do célebre desporto basquetebol. Interpelado sobre o auge do clube, Joaquim Ferreira afirma, “havia uma estrutura muito sólida, bem montada e, obviamente, equilibrada”.
Em virtude disso, o Lousada Académico Clube auferiu de uma equipa feminina na liga principal de basquetebol. Ao contrário do que hoje se observa, o forte do clube eram os escalões femininos, embora também o masculino se fizesse sentir.
Joaquim Ferreira, confessa ser ótimo o sentimento quando algum atleta do L.A.C. é convocado para a seleção. “Reflete o trabalho da direção, dos treinadores e dos atletas, é o culminar de todo o esforço”, refere apesar de reconhecer que, nos dias de hoje, o sabor dessa intimação não acontece com a regularidade de antigamente.
Inquirido sobre algum episódio interessante que almeja se contar ao Louzadense, recorda as atletas americanas que vinham para o clube para ajudar a equipa feminina a ser ainda mais competitiva. As realidades destas eram imensamente distintas, pois de uma cidade como Nova Iorque dirigiam-se para Lousada, um meio pequeno. Joaquim acha curioso toda a fase de adaptação e afirma que ambas se ajustaram incrivelmente bem à vila e, no presente, ainda a visitam.

Atualmente, o espaço físico que a associação utiliza é o Pavilhão Municipal em Pias. O contexto de só usarem este deriva da situação pandêmica, dado que, o Pavilhão situado no Complexo Desportivo de Lousada usufruído pelo L.A.C. até à COVID-19, alberga desde o começo da mesma o centro de vacinação. Consequentemente, o Lousada A.C. e outros clubes sofrem problemas a nível de recinto.
“Temos que entender que o mundo atravessa uma altura de compreensão e é necessário cooperar para que tudo funcione”, evidencia Joaquim Ferreira.
O presidente vigente chegou ao clube na época 2005/2006, “arrastado” pela firme convicção do seu filho. Este tinha os seus primos a atuarem no L.A.C. e decidiu acompanhá-los, por força da vontade de todos. Joaquim Ferreira, conforme afirma em tom alegre, foi progredindo na carreira dentro do clube.
Preliminarmente, a direção convidou-o para seccionista – pessoa que dirige uma secção – e assim foi. “Fui a figura responsável pelo escalão menor, o minibasquete onde estava inserido o meu filho”, salienta Joaquim. Todavia, os convites continuaram. De seccionista vai para tesoureiro e, deste, segue para Vice-Presidente onde permaneceu durante dois anos. Ao fim deste tempo, em 2017, tornou-se o Presidente do Lousada Académico Clube.
Nunca foi o desejo de Joaquim, porém, numa situação menos boa do clube onde os problemas eram constantes, certos progenitores de atletas convenceram-no a assumir o cargo. Arranjou meia dúzia de pais, literalmente, e substituiu com outro registo a antiga direção.
Desde que se conhece, o atual presidente do L.A.C. declara que a sua modalidade de eleição sempre foi o futebol, tendo praticado na Associação Desportiva de Lousada este desporto. No entanto, o “bichinho” do basquetebol entranhou-se e hoje identifica-se bastante com o que dirige.
O sentimento de assistir, ao longo dos anos, ao crescimento enquanto pessoas e desportistas não tem preço para Joaquim. “É curioso esta proximidade que o L.A.C. tem com os atletas e observar todas as transições, desde a tenra idade até jovens adolescentes”, evidencia Joaquim.
Hoje em dia, o Lousada Académico Clube não possui equipas femininas, ao contrário do que acontecia no passado. E neste registo, apenas existem 50 atletas em competição, uma redução drástica. Mas, continuam com vários escalões, nomeadamente: minibasquete dos 8 aos 11 anos, os sub-12, os sub-13, os sub-14, os sub-16 e os seniores.
Neste momento, os sub-13 – escalão misto – e os sub-16 estão a iniciar as respetivas competições, enquanto os seniores masculinos já começaram no final de 2021. Os mesmos encontram-se a meio da tabela. O Presidente declara que o mais importante é que os atletas possam competir e, consequentemente, divertirem-se e se os resultados vierem excelentes, contudo não é o mais relevante.
Joaquim Ferreira incentiva todos os jovens a experimentar o basquetebol, ressaltando a importância da prática do desporto coletivo para o crescimento e o desenvolvimento de inúmeras capacidades, além da criação de novas amizades. “O ser humano até vivenciar não sabe em que modalidade é bom”, ressalta. O essencial é o atleta sentir-se bem naquilo que atua e, depois, se for possível aliar a essa sensação a boa prática.
As perspetivas em relação ao futuro do Lousada Académico Clube são boas, de acordo com o Presidente. “A intenção da direção, neste momento, é a captação”, finda Joaquim.


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