Licenciou-se em Animação Cultural, pela ESTG de Felgueiras e desempenhou funções técnicas e administrativas no pelouro da Ação Social da Câmara Municipal de Lousada. Foi catequista, dirigente associativa, secretária da Junta de Freguesia e membro da Assembleia de Freguesia de Santo Estêvão e da Assembleia da União de Freguesias de Lustosa e Santo Estêvão. Faleceu em 28 de Agosto de 2020, com 34 anos.
Sara Pereira nasceu e residiu em Santo Estêvão de Barrosas (Lousada), filha de Domingos Ferreira e Maria Beatriz Pereira, e irmã de Ana Sofia Ferreira Pereira.
Um sarcoma no osso ilíaco (na anca) aos 14 anos de idade provocou um grande revés na vida de Sara. Os tratamentos no Hospital de São João não foram suficientes e teve que ser operada em Paris (França), pois naquela época não era possível tal cirurgia em Portugal. Embora com algumas sequelas, que se notavam no caminhar, recuperou desse grave problema e retomou a vida, com imensa vitalidade.
Concluiu os estudos, deu catequese, irradiou vida e atividade em prol da sua freguesia com uma vontade e energia contagiantes. Como diz o seu pai, Domingos Ferreira, “onde houvesse um grupo, ela estava metida, direta ou indiretamente”.
Foi uma impulsionadora do teatro no Grupo Recreativo e Desportivo de Santo Estêvão, as festas de Carnaval, as janeiras, eram motivo para Sara Pereira mobilizar as pessoas da freguesia.
Licenciou-se em Animação Cultural, pela ESTG de Felgueiras e desempenhou funções técnicas e administrativas no pelouro da Ação Social da Câmara Municipal de Lousada. Foi secretária da Junta de Freguesia e membro da Assembleia de Freguesia de Santo Estêvão e da Assembleia da União de Freguesias de Lustosa e Santo Estêvão, união essa que não lhe agradava, como parece ser sentimento da esmagadora maioria dos habitantes daquela freguesia.
O seu pai recorda que “desde muito pequena a Sara começou a demonstrar vontade de ajudar e interessava-se pelas coisas da freguesia” e acrescenta que “quando eu era secretário da Junta presidida pelo saudoso Fernando Jorge Martins, ela ainda criança gostava de ir comigo para casa dele, pois era lá que reuníamos por ainda não haver uma sede da Junta de Freguesia”.
“Éramos muito próximos da família do Fernando Jorge e quando ele faleceu sentimos muito o seu desaparecimento, em 2010, tal como toda a localidade e a Sara convidou todas as Juntas de Freguesia a participar no funeral com a respetiva bandeira, numa homenagem fúnebre muito comovente”, recorda Domingos Ferreira.
Dez anos mais tarde aquela freguesia do Norte do concelho de Lousada voltaria a chorar em uníssono o desaparecimento de outra figura grada local, a Sara Pereira.
“Ela tinha muitos planos, que ficaram por concretizar”, afirma o pai. Um dos projetos mais desejados por Sara era a abertura de uma Tasca Regional na sua freguesia, não só por um desejo pessoal mas também por bairrismo, pois achava que isso iria engrandecer Santo Estêvão.
Foi com extremo pesar e dor que a localidade e o concelho receberam na madrugada de 28 de Agosto de 2020 a notícia do seu falecimento, aos 34 anos. Sara Pereira era casada com Amílcar Leonel Pereira, com quem teve uma filha chamada Leonor e que atualmente tem 4 anos.
Uma pessoa altruísta
Numa missa de 24 de outubro de 2020, dia em que completaria 35 anos, foi lido um texto em sua homenagem, de onde retiramos o seguinte excerto: “Há dias e momentos marcantes nas nossas vidas, assim como também existem pessoas únicas e especiais que não precisam de datas concretas para serem lembradas, porque vivem no nosso coração… No passado dia 28 de Agosto, a nossa freguesia ficou mais pobre e o céu bem mais brilhante com a partida da Sara Pereira e hoje quisemos recordá-la e homenageá-la com esta celebração”.
E porque é que a Sara era especial? Remeto-vos para a definição de altruísmo: Inclinação para fazer bem ao próximo, sem segundas intenções. Esta era, sem dúvida, uma característica da nossa querida Sarinha. Ela foi uma verdadeira Altruísta.
Estava sempre pronta para ir para a linha da frente fazer mais e melhor. Abdicou de muitas das suas horas, para se dedicar aos outros. E sem esperar nada em troca.
O tempo é um dos bens mais preciosos e raros que podemos partilhar, nos dias de hoje.
Numa sociedade que vive apressada e em contra-relógio, dar o nosso tempo a alguém, ou a alguma causa, pode mesmo fazer a diferença na vida das pessoas.
Todos a vimos empenhada em diferentes batalhas e causas… e sempre com a mesma garra. Dizem que é com o nosso exemplo que o mundo vai mudando e ela foi, sem dúvida, uma inspiração para todos os que cruzaram o seu caminho”.
Também a sua amiga Virgínia Machado, Assistente Social na Câmara Municipal de Lousada em cuja secção de Ação Social trabalhou com Sara Pereira, escreveu assim acerca da colega e amiga: “Sarinha…nome pelo qual normalmente eras tratada e que continha no mesmo o carinho que as pessoas possuíam por ti… Inesperada a tua partida… Cedo para uma pessoa tão lutadora e com tantos sonhos para concretizar… Mas, sabes, aprendi muito contigo, com a tua alegria contagiante, a tua humildade, o teu saber esperar mesmo quando te sentias injustiçada, o teu gosto pelo trabalho sem nunca perder o Norte e o teu porto de abrigo…e tantas outras coisas boas! A melhor homenagem que te posso fazer é tentar fazer uma cópia imperfeita de ti naqueles aspetos que mais me tocaste!”
O vereador Nelson Oliveira, em 24 de abril de 2021 escreveu que a antiga colega da Juventude Socialista tinha “um espírito abnegado, solidário e de pleno amor pela sua terra, Santo Estêvão. (…) A Sara era uma força da natureza e com um total espírito comunitário. Visionava além da política, porque o que pretendia era o melhor para a sua terra. Perdemos a Sara no ano passado mas não perdemos a memória, o carinho, a solidariedade e o reconhecimento às gentes de Santo Estêvão. Sara é agora militante honorária da Juventude Socialista. Ela que nos deu tanto e nós só podemos dar este pequeno gesto, junto da sua família e amigos”.
Comentários