Situa-se no lugar da Seara, na freguesia de Caíde, no meio de campos da quinta que lhe dá o nome. Para se lá chegar tem que se passar pela casa de Vila Verde e percorrer um caminho ladeado por campos e um regatozito. Por fim, visualizamos a Casa da Seara.
Em 1705 pertencia a “Manoel Machado da Seara (…) da dita Quinta da Seara…” Sendo seu proprietário, em 1824, Zeferino Manuel de Calvos França. Sucedeu-lhe João Manuel Calvos França, em 1859, que no ano de 1867 foi vereador da Câmara de Lousada. E no ano de 1887 era seu proprietário, Manuel da França Brandão.
Arquitetonicamente, é uma casa de planta quadrangular com capela destacada e alinhada com a fachada principal, virada a Este, e em ruínas, desde as primeiras décadas do século XX, tal como todo o conjunto construtivo.
Na fachada principal, no rés-do-chão, há uma janela; duas escadarias de lanços opostos permitem o acesso ao primeiro andar, que apresenta duas portadas, duas janelas de sacada, molduradas, duas janelas que sobrepujam cachorrada – “Enriquecido com canelados ou até com motivos mais ricos, este cachorro é muitas vezes duplo, e a sua combinação com a cantaria lavrada e os apainelados, que fazem o fundo do entablamento da varanda ou do beiral que ele suporta, é muito expressiva.” (Galhano, 2003, p. 338). Há ainda, à esquerda, uma pequena abertura e uma janela de peitoril, ambas molduradas.
A fachada Sul mostra uma janela de peitoril moldurada e na fachada Oeste, no rés-do-chão, vêem-se três portadas e duas aberturas quadrangulares molduradas. O primeiro andar ostenta quatro janelas de peitoril e duas janelas de sacada, vendo-se também uma gárgula e também três cachorros. No primeiro andar da fachada Norte, existe uma janela de sacada moldurada que sobrepuja cachorrada.


A capela está alinhada com a fachada principal, mas destacada da mesma e tem por invocação S. Miguel. Em 1726 esta capela situava-se na “quinta de Manoel Pinto Brandão.” É provável que a data: 1723, inscrita no lintel da fachada principal, corresponda ao momento da sua edificação. Em 1758, segundo as Memórias Paroquiais. continuava a ter a mesma invocação. Pertencia às “donas da Quinta da Ceara.” Contudo, quem detinha a sua fábrica, quem a administrava, era Luís Manuel Coelho de Calvos.
A sua fachada principal é rasgada por um portal moldurado, que é coroado por um frontão interrompido por uma flor-de-lis, com a empena encimada por uma cruz latina que sobrepuja uma base com duas volutas insculpidas. Na fachada Sul, exibe uma janela moldurada e gradeada, e a Norte, vislumbra-se uma porta moldurada. Na fachada Oeste, as pilastras são encimadas por pirâmides.
Consultar:
LOPES, Eduardo Teixeira – o. c. p. 245, In A. D. P. Tombo dos bens e propriedades, foros e mais direitos que se pagam à Igreja de Santa Maria de Meynedo (…), Po – 1, Livro n. º 1706, 1696, fl. 363v; Presidentes da Câmara Municipal Desde 1838 até 1900, p. 42; VIEIRA, José Augusto – o. c., p. 364; OLIVEIRA, Ernesto Veiga de; GALHANO, Fernando – o. c., p. 338; I. A. N. /T. T. Diccionario Geográfico.1758, vol. 8, fl. 205; CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra-Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho. Barcelos; FREITAS, Eugéneo de Andrea da Cunha e – o. c., 1993, p. 161.
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