Opinião de Pedro Amaral
Eis que mais um ano se completa. Por estes dias somos novamente convidados, não só a celebrar e reflectir sobre as conquistas de Abril de 74 mas também, como como não podia deixar de ser, o aniversário do projecto que deu e dá vida ao nosso Louzadense.
Ano em que Portugal ultrapassa o período temporal da ditadura e vive há mais tempo em democracia. 47 anos, dez meses e 29 dias em que o país e os portugueses podem livremente escolher o seu destino e, sobretudo, o seu pensamento.
Quanto a mim caro leitor, que já nasci em democracia, sinto um enorme orgulho e agradecimento pela geração que, com o fim último de democratizar o país, colocou em risco a sua própria vida num golpe militar que facilmente poderia ter tido um desfecho diferente.
Graças à coragem dos homens e mulheres que levaram a cabo o golpe e Revolução de Abril, hoje é-me possível assumir livremente os meus ideais políticos, participar na governação da minha terra, expressar as minhas convicções sociais, analisar, sugerir e criticar os que nos governam, e escrever livremente para um jornal livre de censura, cujo editorial obedece unicamente à consciência livre dos que com ele colaboram.
É, por isso, lógico e justo que celebremos também o aniversário do Louzadense nesta data de liberdade. Um projecto de e para as gentes de Lousada, participado e sustentado por um sentimento bairrista, de pertença e orgulho pelas raízes desta nossa terra. Lousada é muito mais que uma linha limite num mapa. Lousada é mais que apenas as suas ruas ou casario. Lousada é a alma das suas gentes, espelhada nas suas tradições, associações e projectos. Lousada é, de facto, a melhor terra do mundo e o Louzadense dá-lhe voz. Bem-hajam!
Numa pequena nota final, porque o ano assim o proporciona e porque também dessa tradição secular é feita a nossa terra, deixo ao leitor nota do sentimento de alegria sentido no final do passado Domingo de Páscoa aquando do encerramento dos compassos de Silvares e Cristelos frente aos Bombeiros Voluntários de Lousada.
Um mar de gente acorreu ao local para receber em festa o reinício dessa festividade que ao fim de dois anos voltou às ruas juntando a comunidade Lousadense.
Quanto a mim, que integrei uma das equipas na paróquia de Silvares, fica o sentimento de dever cumprido e o agradecimento a todos quantos se associaram a nós durante e no final do dia.
E porque, tal como disse T. S. Eliot, “A tradição é a forma como a vitalidade do passado enriquece o presente” ficam os votos de que a tradição se perpetue para que continue a fazer parte da história de Lousada.
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