Sérgio Afonso Nunes da Silva é jornalista, gráfico e empresário, diretor da Empresa Editorial do Vale do Sousa e diretor do Jornal Terras do Vale do Sousa (TVS). Nasceu em 1968, em Castelo de Paiva e, apesar de ser proveniente do distrito de Aveiro, teve sempre residência em Lousada. Acabou por seguir jornalismo, muito pela paixão do pai, e hoje é uma das referências do meio na região do Norte/Vale do Sousa. Conheça melhor a sua história de vida.
Sérgio Silva concedeu uma entrevista ao O Louzadense e, na abertura, afirmou ser jornalista desde que nasceu. Aliás, a par junta-se a função de gráfico. “Trabalho em artes gráficas a contar de criança”, principia.
Casou há dezassete anos com a fisioterapeuta e empresária Paula Lima no Brasil, na medida em que a esposa compreende nacionalidade brasileira. Mas, falando das origens do cidadão, toda a sua família é de Lousada, contudo este e os seus dois irmãos nasceram em Castelo de Paiva. O seu progenitor, Manuel Afonso da Silva, foi trabalhar para lá e era detentor de uma tipografia, nessa medida, os filhos passaram algum tempo no distrito de Aveiro.

“Tenho orgulho no meu pai, foi um grande homem, fundou uma gráfica, jornais, ganhou medalha de mérito em Lousada e Castelo de Paiva pela sua excelente contribuição ao nível do desenvolvimento destas terras”, conta. Todavia, o mesmo sempre preferiu Castelo de Paiva à sua terra de nascença. Apesar desta preferência que podia passar de geração em geração, Sérgio e os irmãos sempre elegeram Lousada ao invés da referida.
A sua infância foi passada a trabalhar e, de vez em quando, é que fazia as habituais brincadeiras das crianças: ir jogar futebol e hóquei em campo. Estas duas modalidades sempre estiveram muito presentes e, no decorrer da conversa, foram abordadas ao detalhe. “Os meus primeiros tempos de vida eram passados entre casa e trabalho, pois o meu pai só pensava nessa questão. Mas eu fugia para poder ir jogar com os amigos”, afirma.
A rebeldia e o espírito aventureiro fizeram sempre parte da sua personalidade e, segundo o próprio, muito à conta das imposições e exigências do seu progenitor.
O jornalista concluiu os estudos, fez cursos técnicos em economia e contabilidade e, a seguir, na área do jornalismo escrito e televisivo. Sérgio sempre deu preferência à matemática e à economia e, por sua vez, as letras eram colocadas de parte, apesar de sempre escrever muito bem. “Na escola chamavam-me mestre dos números”, sublinha. E, muito provavelmente, a questão do leitor é entender o porquê do seu percurso ter sempre passado pelo jornalismo e as artes gráficas.
“Comecei a trabalhar na área da comunicação porque era a área que o meu pai atuava e, desde sempre, fui obrigado a acompanhá-lo”, explica. O progenitor foi proprietário de uma tipografia e vários jornais que contribuíram para o desenvolvimento do território, por conseguinte, almejava deixar sucessores para que dessem continuidade ao império. A irmã de Sérgio não acedeu e rumou para a área do ensino, porém, este e o seu irmão juntaram-se ao negócio.
“Fui completamente empurrado”, afirma. Depois desta afirmação, naturalmente, foi questionado sobre o porquê de não ter seguido outro rumo. Conforme o próprio, não envergou pelo que gostava pois não se proporcionou, além disso, ganhava muito bem na área.
Era funcionário e sócio-gerente do seu progenitor e, devido à sua relação conflituosa com este, houve uma altura que decidiu abandonar. Surgiu a oportunidade de ir trabalhar para Lisboa que era o seu grande sonho, visto que almejava dar o salto de progressão na carreira. Entretanto, entrou numa editora em Paços de Ferreira, na qual gostou muito de trabalhar. Depois, em conjunto com alguns colegas dessa entidade, abriu uma loja de informática no edifício Edinor em Lousada. “Aconteceu no surgimento dos computadores e consistia na venda e montagem destes”, refere.
Ironia ou não, a loja situava-se ao lado da empresa do seu pai e foi mais um incentivo para que este último insistisse. “Não aguentava mais e rendi-me”, afirma. Assim sendo, Sérgio voltou a trabalhar com o seu progenitor e nunca mais deixou o jornalismo e as artes gráficas.
Não agarrou oportunidades noutros meios devido a vários fatores, porém, agarrou sem arrependimentos o jornalismo. Uma área que foi aprendendo a gostar mais e mais, ao longo do tempo. O Sérgio foi o grande responsável por levar o TVS para os quatro cantos do Vale do Sousa e para os olhos da juventude. Há dezasseis anos o seu pai faleceu e na sociedade continuou o Sérgio, a mãe e o irmão.


Assim se manteve durante um período, porém, em 2015, quando a sua mãe, a também jornalista Maria Orquídea de Barros Nunes, foi para a reforma, separou-se definitivamente do irmão a nível de negócios e decidiu comprar a sua parte na empresa. Nesta sequência, iniciou um processo de reformulação do TVS, tendo conquistado excelentes resultados.
Acerca do meio, o lousadense confessa que é um pau de dois bicos e há conteúdos jornalísticos que adora tratar, nomeadamente, a música e o desporto Para mais, fotografar é também a sua paixão, levando-o a trabalhar em grandes eventos desportivos e musicais, nomeadamente, o Mundial de Futebol, Rock in Rio, Festival de Verão de Salvador (Brasil) e Festival de Vigo (Espanha).
No entanto, existem contras. A política é um dos temas que não aprecia, aliás, apenas aprecia nas épocas mais intensas. “Gosto de escrever coisas atuais e que façam sentido”, refere.
A sua vida não se orienta só neste sentido. Sérgio é um apaixonado pelo hóquei em campo e conta como surgiu esta paixão. “A gráfica estava em frente ao campo e eu fugia do trabalho para ir jogar”, salienta. Aos 8 anos de idade, tornou-se atleta das camadas jovens na Associação Desportiva de Lousada onde conquistou variadíssimos troféus.
“Tenho orgulho naquilo que fiz. Pertenci à primeira equipa de hóquei indoor em Lousada e também à primeira equipa de hóquei em campo que foi campeã nacional”, confessa. Tornou-se treinador das camadas jovens e, posteriormente, da equipa feminina. Segundo o próprio, queria fazer com as crianças o que não conseguiu fazer consigo: uma prática de desporto saudável e correto.
Ademais do hóquei, o futebol é também um dos seus desportos favoritos e quem acompanha as redes sociais deste pode denotar a sua paixão pelo Sporting Clube de Portugal. Atualmente, devido à sua doença, não consegue ir aos estádios como sempre fez. No entanto, o amor continua a movê-lo seja no campo ou em casa.
“Eu com seis anos já escrevia jogos de hóquei, futebol e automobilismo, isto é, fazia o relato”, conta.
Ainda nesta área, gostava de experimentar ténis e padel, mas a sua saúde não o permite. “Não tenho grandes aspirações de concretizar este sonho pois a minha doença alterou a minha vida toda”, afirma. Há cerca de três meses foi surpreendido com o diagnóstico de cancro, pela segunda vez (a primeira foi em 2020, no auge da pandemia) e, segundo o próprio, numa das melhores fases da sua vida, tanto profissional como pessoal. As adversidades são algumas, mas encontra-se pronto para esta batalha.
Sérgio Afonso considera-se um cidadão do mundo, na medida em que já viajou por imensos países, percorrendo a Ásia, África, Américas e Europa. Todavia, a sua terra é tudo para si. É apaixonado pelas Festas Grandes de Lousada, nunca falhou um ano. “É em Lousada que tenho 99% dos meus amigos e família, é onde quero estar”, finaliza.

Parabéns, um abraço cá de Paiva!