São vários os nomes e as facetas de Diana Rodrigues, de Cristelos (Lousada). É uma socióloga que trabalha na área financeira e é DJ (Disc Jockey) em part-time, atividade que exerce há 20 anos. Foi batizada Diana, para os amigos é Maika e na área musical é Nicevenn, nome artístico que remete para a deusa escocesa equipada à deusa romana Diana.
A paixão musical nasceu bem cedo na sua vida: “Cresci a quer conhecer a maior variedade possível de música e parte de mim sempre quis ser diferente. A base veio da parte dos meus irmãos, com os imensos Cd’s disponíveis lá em casa. O acesso à internet ajudou imenso nesta busca pelo conhecimento de novas musicas, bandas e estilos. Sobre isso passei imensas horas em conversa em chats do mIRC”.
“Aventurei-me no download de musica no soulseek, entre outros programas, e tinha tudo detalhado por nome e datas de álbuns. Este conhecimento adquirido foi uma mais valia para o meu percurso como Disc Jockey (DJ), e ainda é algo que deve estar sempre atualizado. Esta atividade de Disc Jockey começou como uma brincadeira, no bar Adeskabir (Lousada), onde o meu irmão Joca era proprietário”, revela Diana.
Passaram cerca de 20 anos desde esse início de atividade “e continua a ser uma brincadeira que adoro”, afirma esta lousadense, acrescentando de seguida que “atualmente podem encontrar-me com frequência no Rendez-Vous e no Plano B, no Porto entre outros locais”.
Sobre os seus estilos musicais preferidos, releva que gosta de tudo um pouco, e diz-se bastante eclética: “mas tenho um especial carinho pelo rock n’ roll e pelo alternativo. Adoro Pixies, The Clash ou Violent Femmes, depois há outros que foram aparecendo ao longo do tempo, como Rage Against The Machine ou The White Stripes e mais recentemente os Arcade Fire ou The Idles. Mas bandas como os Portishead ou Chemical Brothers, Depeche Mode, Gorillaz, New Order e LCD Soundsystem também fazem parte das minhas preferidas ,numa vertente mais eletrónica.
A sua faceta de ativista é também muito marcante e disso é exemplo o facto de ser “membro-fundadora da SeteOitoCinco, associação que faz promoção e organização de eventos de música alternativa”. Nesse âmbito já foi entrevistada no programa Portugal 3.0, do musicólogo Álvaro Costa, na RTP2.
Salienta que sempre que pode participa no projeto Alinea-A, “que é uma associação sem fins lucrativos, que promove a partilha de música através diversa plataformas digitais. É um projeto pelo qual tenho muito carinho e que me orgulho em puder participar de vez em quando”.
Acerca da evolução da produção musical atual explica que “não podemos criticar negativamente o que se produz atualmente, pois acho que em todas as épocas existe produção de boa e menos boa qualidade. Mas, na verdade, penso que em relação ao que é considerada a música mais popular entre as pessoas, a nível de construção de letra cada vez está mais limitado e são cada vez mais simples. Recordo-me que no passado, mesmo na música Pop, havia letras mais interessantes e complexas. Com a internet e o serviço de streaming, o acesso à musica tornou-se muito mais fácil. Quero acreditar que isto será bom para a criatividade musical das próximas gerações”.
Em Lousada segue atentamente o que se vai fazendo na área musical e sobre isso diz: “é preciso dar espaço à malta para se divertir e desenvolver as suas ideias. Bandas de Lousada que aconselho são os OMODO e os Sun Mammuth. O Inferno das Febras, é um festival que acompanho e acredito que vai crescer de ano para ano. Com muita pena minha, este ano não foi possível ir. O Inferno é um bom exemplo, em que há espaço para a música alternativa florescer no nossa localidade e arredores. O projeto Vila tem crescido e tem dado espaço aos artistas. O importante é manter viva esta dinamização e fazer crescer Lousada culturalmente.
Para o seu futuro, Diana Rodrigues quer continuar a dar música em locais da especialidade e sublinha que “gostava de participar em eventos culturais em Lousada, a minha terra, e teria muito orgulho nisso. E quero ser Disc Jockey até ser velhinha!”, remata
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