Aristóteles, o conhecido filósofo grego, eternizou a seguinte frase: “O todo é maior do que a soma de suas partes”. Enquanto seres humanos somos apenas um conjunto de partes ou algo mais superior?
Existem pessoas que nascem ou por algum motivo de saúde ou acidente ficam sem algumas dessas partes (sem pés, sem mãos, sem braços, sem pernas) e, todos os dias, enfrentam os desafios de se adaptar a uma sociedade inadaptada a si.
Pensemos então por um instante. Se a todos nos faltasse um membro como seria a nossa convivência em sociedade? Se a todos nos faltasse um membro provavelmente já teríamos mecanismos adaptados para pessoas que não tem alguns desses membros.
Questiono-me, então, onde é que existe mesmo a falha?
Será o ser humano responsável por nascer sem braços ou sem mãos, ou será a sociedade responsável por não ter adaptações para incluir todos?
O sofrimento e capacidade de superação de pessoas que nascem sem membros ou que sofrem uma amputação está muito mais atrelado ao contexto social, histórico e cultural em que a pessoa se encontra inserida, do que com a área amputada. O receio diante da nova imagem não ser aceite pelos outros, até mesmo pela própria pessoa e as limitações do dia-a-dia, são fatores constantes que surgem frequentemente na mente dos pais de crianças que nascem sem membros e até de recém-amputados.
Minimizar o sofrimento destas pessoas e das suas famílias é o mínimo que podemos fazer enquanto sociedade e para isso basta que nos adaptemos.
Andreia Moreira – Psicóloga

Socialmente amputados

Comentários