Casas mais caras, mais pequenas e acesso a crédito mais difícil
As sondagens revelam que estamos perante uma crise de habitação. A falta de apoios adequados e os preços altos das casas levam ao retardamento da emancipação dos jovens e à sua “ansiedade financeira”. O Louzadense foi ouvir o testemunho de um jovem lousadense relativamente a este assunto.
Cada vez mais os jovens saem tarde de casa dos pais, conseguir uma habitação é mais difícil, os preços das rendas continuam muito altos e os apoios do Estado não chegam a todos. “Pessoalmente acho que os jovens são os mais prejudicados na crise da habitação, pois penso que seja o reflexo da educação, ou seja, os pais passaram dificuldades e tiveram que batalhar para terem o que tem hoje, mas para nós acho que é inalcançável isso, por não estarmos habituados, nunca tivemos de fazer grandes esforços para ter aquilo que queremos e temos.” partilha de Rodrigo Matias, de 27 anos, natural de Lousada e a viver no concelho, concorda que há uma crise na habitação para os jovens no concelho de Lousada, mas acredita que uma maior parte acontece devido à maneira como aprenderam a se gerir.
A habitação em Lousada tem crescido, mas os preços são demasiado altos para os rendimentos. Atualmente um apartamento T2, com 116 m² área bruta , no centro de Lousada, custa cerca de 185 mil euros, ou seja, cerca de 1.595 € por m². A aquisição é uma opção, mas só apenas para uma pequena minoria dos lousadenses, especialmente para os jovens. As casas cada vez são mais caras, mais pequenas e o acesso ao crédito é mais difícil, levando a que os mais jovens deixem mais tarde a casa dos pais.
O mercado habitacional em Lousada enfrenta desafios que requerem ações urgentes, não é fácil para quem precisa de casa, com um orçamento limitado. Esta situação afeta e continuará a afetar a maioria dos jovens portugueses e a verdade é que a idade da emancipação dos jovens continua a subir, pois muitos deles não têm mesmo outra opção senão ficar a viver com os pais. “Acho que o facto de os jovens saírem cada vez mais tarde de casa dos pais, não é só pelo valor da habitação, mas também por não quererem sair da zona de conforto e não quererem abdicar de certos ”luxos” e consumos em prol de uma habitação.” revela Rodrigo Matias.

A crise da habitação é talvez o maior problema do século em Portugal, mas como ficam os jovens numa nação que cada vez mais precisa deles, mas não consegue mantê-los no país? Há mais casas com valores incompatíveis com os rendimentos e mais jovens ansiosos, frustrados e com a emigração como a única solução. “O problema não é só dos municípios e do governo, o governo e o país tem falhas nisso, mas acho que não passa só por estes dois, é um problema global”, finaliza.
Comentários