Esta edição possui o prazer de apresentar o emocionante mundo do ténis de mesa aos olhos de Rui Queirós que conta tudo o que esta prática envolve. O Clube de Ténis de Mesa destaca-se pelo seu comprometimento com o desenvolvimento e enraizamento da modalidade na vila. Descubra a forma como impacta a comunidade local através de algumas iniciativas de forma a criar uma base sólida para o futuro da prática.
Rui Queirós, de 40 anos, concedeu uma entrevista para abordar a história do Clube de Ténis de Mesa de Lousada. Bem, não havia melhor pessoa para fazê-lo pois o seu envolvimento com esta prática é de longa data, começando no desporto escolar apenas por mera brincadeira e ingressando como mesa tenista na Associação Desportiva de Lousada (ADL) onde jogou durante 8 anos na 1º Divisão Distrital da Associação de Ténis de Mesa do Porto. Entretanto, fundou o atual clube e atua em várias áreas – presidente, jogador e treinador.
Nos anos 90 o ténis de mesa começou a sua caminhada com a Associação Desportiva de Lousada, na medida em que esta possuía uma secção destinada a esta modalidade que foi fundada por Américo Rocha – indivíduo prestigiado na prática. O desporto estava ligado à ADL e as verbas eram canalizadas para a equipa de futebol e, dada esta situação, algumas pessoas decidiram em 2007 criar um clube à parte.
No entanto, durante alguns de anos, existiram ambos os clubes até que a secção de ténis de mesa da ADL foi extinta. Desta forma, manteve-se o Clube de Ténis de Mesa como a única associação a disponibilizar a prática no concelho.
Atualmente o clube alberga 25 atletas que fazem parte do projeto – Tênis de Mesa vai à escola. Este foi iniciado no ano transato e a finalidade é mostrar às crianças a prática e que estas ganhem o interesse para ingressar no clube. Ademais, conta-se 8 atletas seniores, 5 atletas de formação e 2 atletas do desporto adaptado.
O clube possui 3 equipas em competição – 2º Divisão Nacional, Divisão Distrital e PARA Tênis de Mesa (desporto adaptado). A equipa da 2º Divisão Nacional é constituída por 3 jogadores veteranos e começa em outubro e termina em meados de abril, por sua vez, a equipa B atua na Divisão Distrital que começa em outubro e termina no final de maio. Esta última, respetivamente, iniciou recentemente e é formada integralmente por atletas da formação. De ressalvar que os atletas mais novos apenas vão a competições individuais, ou seja não é necessário formar uma equipa.
O principal objetivo dos responsáveis é manter o clube em ativo e, ainda, oferecer o ténis de mesa como uma alternativa desportiva juntamente com as restantes modalidades existentes no concelho. “Em Lousada existe imensa oferta e a ideia é que o ténis de mesa seja uma delas”, reforça. O clube alberga atletas lousadenses mas não é exclusivo aos mesmos, sendo aberto a todos os atletas que queiram praticar esta modalidade.
Neste seguimento, o clube possui 5 atletas de Felgueiras pois estes não têm a prática na sua cidade e a respetiva entidade fornece apoio nesta parte. Depois, dependendo do nível e das intenções de cada um, este acaba por conseguir “jogar” com isso – seja de uma forma competitiva ou de forma a realizar apenas pontualmente alguns torneios. “Não há obrigações pois, a meu ver, o desporto é para ser realizado de acordo com as vontades”, sublinha
O Clube de Ténis de Mesa de Lousada possui as suas instalações no Complexo Desportivo desde 2017. Inicialmente, estavam no Pavilhão Municipal de Lousada mas acharam que uma antiga garagem no Complexo Desportivo era o espaço indicado pois grande parte das modalidades encontravam-se neste. “Falei com o vereador e sugeri aquela garagem, visto que seria espetacular para a nossa prática”, conta.
O pedido foi acedido – foi aberta uma porta para o exterior, fechou-se o portão da garagem, todas as paredes foram pintadas, colocou-se 4 mesas (…) Ademais, foi colocado um piso próprio de tênis de mesa que havia sido utilizado no Campeonato da Europa de 2012 e encontrava-se em excelentes condições. “Ficou um espaço interessante e, por conseguinte, começamos a obter melhores resultados”, refere.
O Clube de Ténis de Mesa de Lousada organiza imensas competições ao nível do desporto escolar durante todo o ano letivo. Estas não se ficam apenas por Lousada, na medida em que já albergam competições ao nível do desporto escolar realizadas por escolas de freguesias vizinhas que não dispõem de espaço para a concretização de atividades.
Além do mencionado, o clube realiza o encontro da Associação Para Atletas Com Deficiência Intelectual. Estes eventos são realizados de forma pontual, pois de forma regular este marca presença nas diversas competições referidas.
Quanto às perspectivas futuras, de imediato, Rui refere que passam por construir uma equipa de formação feminina (sub 9) e, ainda, uma equipa de formação masculina (sub 9). “Queremos começar nos mais pequeninos, refletindo-se na nossa ida às escolas para diversificar a oferta que eles têm com o intuito de criarmos uma equipa mais jovem pois são esses que dão prazer em ver aprender e crescer”, afirma através da demonstração que o futuro passa pelos jovens.
“O maior desafio da modalidade é haver todas as outras”, afirma em tom de brincadeira. O tênis de mesa é uma modalidade muito difícil de controlar e de jogar em alto nível, sendo estes os fatores que fazem com que alguns atletas desistam. Para além desta situação, existe o estigma que é uma prática para tempos livres.
“É o desporto que requer o maior trabalho e onde os atletas mais horas dedicam a treinar, porém, quem não conhece olha para este como lazer”, reforça. O Clube de Ténis de Mesa de Lousada encontra-se disposto a quebrar estigmas através da demonstração da prática e, de referir, que o ténis de mesa foi votado como a Modalidade do Ano na Gala do Desporto de Lousada em 2018 e a atleta Manuela Mota, vencedora da distinção de Atleta do Ano em Desporto Adaptado.










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