CHAMA-SE ELIZABETH NATASHA LOUSADA
Por várias razões (afetivas, existencialistas ou simplesmente por curiosidade) muitas pessoas pesquisam em documentos e locais os seus antepassados. Há até quem o faça por questões de genética, para tentar perceber a origem de doenças.
No caso de Elizabeth Natasha Lousada, cidadã inglesa que esteve recentemente em Lousada, o que a move é uma questão afetiva, que se manifesta na necessidade de construir a narrativa da sua história familiar. Veio de Bedford, centro de Inglaterra, para indagar sobre a possibilidade dos seus antepassados do século XVI serem oriundos daqui.
“É uma sensação incrível, muito emocionante, chegar a esta localidade e ver o nosso nome de família escrito em tantos sítios e também extraordinário é dizer o nome e não ter que o soletrar, como acontece em Inglaterra”, exclamou Elizabeth a O Louzadense, numa entrevista que concedeu no Lousada Country Hotel, onde esteve hospedada com a sua amiga, Sara-Jane Gomesall, que a acompanha nesta busca.
Vieram sem certeza de nada, “mas com vontade de prosseguir as pesquisas de um tio, que já faleceu, e que incutiu na família, sobretudo em mim, no meu irmão e nos meus sobrinhos, uma vontade de conhecer as nossas raízes”.
A boa hospitalidade lousadense foi enaltecida por estas duas inglesas que destacaram “a simpatia das pessoas com quem contactamos e que foram todas elas muito colaborantes e acolhedoras quando lhes contava quem sou e o que pretendo”. Esse acolhimento também surgiu por parte dos serviços municipais do Património Histórico, cujo técnico se prontificou para colaborar nas pesquisas documentais.
As dúvidas e incertezas são muitas, “mas queremos explorar esta possibilidade de sermos oriundos de Lousada”, afirma Elizabeth, que trabalha numa empresa imobiliária familiar. Disse-nos que na sua secretaria de trabalho tem uma placa de identificação com o seu nome e “um dia, uma empregada de limpeza nova no serviço ao ver o meu nome ficou espantada e disse que tinha nascido perto de uma localidade chamada Lousada, e foi aí que o meu interesse por esta questão aumentou, embora esta curiosidade já viesse do meu tio que tinha iniciado pesquisas sobre a árvore genealógica da família”.
As investigações já realizadas “parecem indicar que os meus antepassados do século XVI Emanuel Baruch Lousada, nascido em 1682, viveu em Barbados (Caraíbas), uma antiga colónia Inglesa, o qual era filho de Aaron Baruch Lousada, que nasceu em 1661 em Portugal e que por sua vez era filho de António Moisés Baruch, nascido em 1640, que eram judeus e terão fugido de Portugal no tempo das Inquisições, que perseguiram os seguidores do judaísmo”, esclarece Elizabeth Lousada.
Para já, o que se sabe de concreto é que o sobrenome desta família não está relacionado com o sobrenome Lousada existente na família que tem descendência ligada à Ourivesaria Lousada, pois este nome de família surgiu apenas na primeira metade do século XXI. Os especialistas em ciências documentais e outras ciências históricas estão a desenvolver pesquisas e é de esperar por conclusões a seu devido tempo.



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