por | 30 Set, 2023 | Espaço Cidadania, Sociedade

Trotinetas: a moda está a chegar a Lousada

Em certas localidades são uma autêntica praga, com passeios congestionados, acidentes com peões e veículos abandonados. Isso acontece sobretudo onde são alugadas e nas grandes cidades. Em Lousada a moda das trotinetas está a chegar. Diariamente já é possível ver pessoas a circular nesse veículo utilitário e barato que serve sobretudo para deslocações em passeio ou trabalho.

Há trotinetas de vários géneros e para várias carteiras, conforme o poder de compra das pessoas, podendo ir de 200 até 2.000 euros. Uma das mais procuradas é da marca Xiaomi, que tem uma reconhecida fiabilidade e durabilidade. A mais encontrada nas nossas ruas custa 250 euros e atinge cerca de 40 quilómetros por hora em velocidade máxima. O veículo está em constante evolução com modelos novos e funcionalidades adicionais. A procura impulsiona a oferta e vice-versa. Uma das versões mais evoluídas já é considerada uma scooter pois tem assento.

A vendedora imobiliária Ana Pinheiro, de 23 anos, tem na sua trotineta um meio de transporte para o trabalho. Vem com ela de Felgueiras no autocarro e em Lousada circula da sede da empresa até aos clientes no monolugar que está na moda. “É muito prático e económico”, diz a jovem, para justificar a opção. “Ainda não há muitas em Lousada, mas é uma questão de tempo, porque além da utilidade e de ser mais barato que uma bicicleta elétrica, por exemplo, é uma moda”, acrescenta esta imigrante há oito meses em Lousada, desde que veio de Santa Catarina, no sul do Brasil.

Ana Pinheiro

Também brasileiro, Ricardo Marinho, de 18 anos, desloca-se de Nespereira para a vila numa trotineta elétrica. “Tem uma autonomia boa para aquilo que eu preciso e ajuda-me imenso no dia a dia, sem gastar dinheiro em transportes nem combustíveis”, declara. A agilidade da trotineta, que permite andar em locais estreitos, ruas povoadas de trânsito, é uma das características que mais motivou Ricardo para este meio de transporte. Mas o fator principal é a questão económica: “depois de comprar, gasta-se pouca energia para carregar a bateria durante 2 ou 3 horas, que depois dá para uma média de 20 quilómetros, mas depende do tempo de utilização, da velocidade e do peso da pessoa”.

Ricardo Marinho

O empresário Rui Rocha, de Boim, com loja na rua Lúcia Lousada, é um adepto incondicional da trotineta. “Só não ando mais porque tenho receio de a deixar em certos sítios, porque parece-me que é uma coisa fácil de roubar apesar de ter bloqueios de segurança”, afirma. “É um meio de transporte bastante ecológico e muito prático e barato, por isso está a ter muito sucesso e em Lousada vai também expandir-se muito”, declara Rui Rocha, que não é a favor do aluguer porque “proporciona muitos abandonos como acontece nas grandes cidades, onde se vê algumas caídas nos passeios e estradas”.

A segurança é um aspeto que este lousadense defende e por isso utiliza capacete. A propósito afirma que “há regras, não é como muitos parecem fazer crer” e acrescenta que “a trotineta exige muita atenção e cuidado porque requer duas mãos no volante senão há grande risco de despiste”, conclui.

Rui Rocha

REGRAS PARA CUMPRIR

Com cada vez mais pessoas a aderirem à chamada mobilidade suave (por ser um meio de transporte amigo do ambiente), optando por circular de bicicleta ou trotineta, convencionais ou elétricas, é importante saber o que dita o Código da Estrada para evitar não só acidentes como multas.

Desde logo importa saber que há obrigatoriedade de porte de documento de identificação (não o ter consigo implica multa numa operação Stop) e que é proibido circular sob influência de álcool. Também é proibido utilizar telemóvel e, muita atenção, de auscultadores também. Quanto à utilização de capacete, embora não obrigatório para condutores de trotinetas ou bicicletas, o uso do capacete é, no entanto, recomendado, especialmente no caso das elétricas, por uma questão de segurança. Aplica-se o mesmo ao seguro: apesar de não ser exigido, um seguro de responsabilidade civil que abranja danos a terceiros, é recomendável.

Os velocípedes, sejam bicicletas ou trotinetas, com ou sem motor) podem circular na estrada, na berma, nas ciclovias (caso existam, embora não estejam obrigados a fazê-lo) ou nas faixas reservadas aos transportes coletivos, consoante regulamentação municipal que pode permitir trotinetas nos passeios. Os meios conduzidos por crianças até aos 10 anos podem circular nos passeios, desde que não ponham em perigo ou perturbem os peões. Nos demais velocípedes, se tiver necessidade de andar no passeio, deverá desmontar e levar a trotineta/bicicleta pela mão.

Mais duas recomendações: nas autoestradas não é permitida a circulação de trotinetas e bicicletas; e, os velocípedes [bicicletas e trotinetas com ou sem motor] só podem transportar o respetivo condutor. Para mais informações, deve-se consultar o Decreto-Lei nº 102-B/2020.

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