Muito se tem falado nos últimos dias das eventuais leituras nacionais que se podem retirar das eleições regionais da Madeira.
Quanto a mim, caro leitor, penso que tendo em conta o histórico político da região, importa mais retirar conclusões da postura dos partidos face aos resultados, do que dos resultados em si mesmos.
Todas as sondagens apontavam para uma vitória da coligação PSD/CDS que reeditando a histórica e fiável Aliança Democrática (AD) se apresentaram a votos com o melhor que as matrizes social-democrata e a democrata-cristã têm para oferecer. De facto, a perda de cerca de 6.000 votos face a 2019, no meu modesto entender, nada tem que ver com falhas destes históricos partidos, mas com uma clara fragmentação do voto à sua direita.
O mesmo não é dizer que os resultados não devem fazer PSD e CDS pensar sobre os seus passado e futuro. De todo o modo, considerando a postura da Coligação e dos presidentes nacionais de PSD e CDS no seguimento dos resultados oficiais, a perda da maioria absoluta na Madeira foi provavelmente o melhor que podia ter acontecido a ambos. Desde logo pela clarificação objectiva que os obrigou, finalmente, a fazer pública e peremptoriamente, assumindo, frontalmente, que a direita não contará com o Chega se algum dia precisar dele para formar Governo.
Finalmente o monopólio da “narrativa do bicho papão” é retirada à esquerda, que tão habilmente tem jogado com o medo dos portugueses.
Para o bem e para o mal, as consequências desta escolha terão uma única responsável. A Direita. Veremos…
Opinião de Pedro Amaral*, Advogado
* O autor escreve mediante o antigo acordo ortográfico
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