UNIÃO CULTURAL E RECREATIVA DE BOIM
A União Cultural e Recreativa de Boim (URCB) é uma importante coletividade do concelho de Lousada. Isso não se deve apenas à sua longevidade, mas também ao riquíssimo património histórico. O regresso da Fanfarra e o nascimento de um campo sintético são dois sonhos “difíceis, mas não impossíveis”, do presidente Paulo Vieira e da sua direção.
“Já tivemos valências como fanfarra, cicloturismo, rancho folclórico e futebol”, lembra Paula Ferreira, uma das dirigentes da coletividade de Boim, e recorda ainda que viram “nascer uma banda de rock nas nossas instalações”.
Quanto à fanfarra, “queremos muito reativar essa valência que tanto prestígio deu à coletividade, à freguesia de Boim e a Lousada”, afirma o presidente. “Há pessoas que demonstraram vontade de ajudar a fazer ressurgir a fanfarra e estabelecemos contactos para ver se esse ressurgimento pode ou não acontecer num futuro próximo, mas não será fácil”, adiantou Paulo Vieira.

Este dirigente refere com orgulho e nostalgia “aquela imagem imponente da entrada da fanfarra na pista da Costilha no campeonato da Europa de Rallicross” e outros eventos onde este agrupamento granjeou prestígio e renome.
Quanto ao futebol, foi sempre um desporto muito forte da U.C.R. de Boim, mas atualmente a coletividade tem apenas uma equipa sénior. Na maior parte das vezes os treinos são no pelado, que no tempo chuvoso fica muito difícil ou até impossível para a prática de futebol. “Quando é possível vamos treinar num sintético da região, como Romariz, por exemplo”, diz Paulo Vieira, que lamenta a realidade de condições em relação a muitos adversários.
O dirigente chama a atenção para o facto de “nas quatro séries da Primeira Divisão da AFP onde participa a UCRB, competem um total de 40 equipas. Neste universo de 40 formações, apenas quatro não jogam em sintético. Uma formação de Penafiel e três coletividades de Lousada onde estamos inseridos”
Paulo Vieira revela uma dificuldade que a falta deste piso implica “quisemos contratar jogadores que não vieram porque não queriam treinar num campo pelado e não pensamos em ter equipas de formação porque não temos campo sintético”. Salienta que “hoje em dia não faz sentido sujeitar crianças e jovens ao sacrifício de pelados, quando se pode ter melhores condições”. Por isso mesmo, o antigo jogador e atual dirigente vai contra o argumento de que quem tem equipas de formação tem prioridade na obtenção de campo sintético.

Tal como outros clubes do concelho, também o Boim está em conversas com o Município sobre essa infraestrutura tão desejada. “Certamente poderá não ser possível para todos os clubes, pois, cada campo implica um investimento superior a 200 mil euros, mas nós temos os nossos argumentos”. Justifica que “a UCRB tem um prestígio histórico que não pode ser esquecido, tem terreno próprio, é um clube que esteve sempre em atividade e por tudo isso estamos convencidos de que é merecedor de um investimento por parte do Município num campo sintético”. O dirigente remata que “O Dr Pedro Machado conhece todas as nossas preocupações e demonstra ter um critério cauteloso no uso de fundos públicos. Teremos de aguardar um pouco mais, mas certamente num futuro muito próximo, poderemos agradecer o investimento e celebrar um futuro diferente para a UCRB”.
“União de Freguesias podia ajudar mais”
As obras de manutenção no edifício-sede e propriedades em volta, são um dos encargos principais da associação, mas a maior fatia vai para a equipa de futebol. “É caro manter uma equipa amadora, que custa cerca de 25 mil euros por ano”, diz Paulo Vieira, que lembrou também para o investimento em obras de ampliação de um dos balneários, cobertura da bancada, a pintura das instalações e a instalação de um pequeno ginásio.
A Câmara Municipal subsidiou a pintura das instalações e também materiais. Além dos patrocínios, temos outros apoios de sócios e amigos do URCB, a receita do bar e outras receitas ocasionais.
Quanto à União de Freguesias ”também contribui com algo, mas sinceramente podia ajudar mais, pois somos a única equipa em competição das três freguesias”, lamenta o presidente.
Também em relação ao subsídio anual da Câmara “é pena que não seja superior, tanto como recebem as equipas de Felgueiras, por exemplo, mas se não nos dão mais é porque não é possível”, acrescenta Paulo Vieira.
De um modo geral é esta a realidade e expectativa do URCB, que é gerido “com o intuito de entregarmos as futuras direções uma associação melhor, sem dívidas e mais preparada” conclui Paulo Vieira, que aproveita esta reportagem para agradecer publicamente aos membros da sua direção pela dedicação incansável.

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