O PRIMEIRO PRESIDENTE DA “NOVA” ADL
Embora a residir em Santo Tirso, o empresário do setor da construção civil, Luís Jorge Fernandes Teixeira Pinto é “um lousadense apaixonado e muito interessado” no desenvolvimento da sua terra e no crescimento das instituições locais. Foi o primeiro presidente da “segunda vida” da Associação Desportiva de Lousada, clube que acompanha a par e passo.
É filho descendente de duas famílias antigas da vila de Lousada, os Dâmaso (Teixeira Pinto) e os Fernandes, nas quais pontificou desde sempre o orgulho lousadense e o amor bairrista. “O meu pai chamava-se Jorge Teixeira Pinto, portanto, Dâmaso, embora não tivesse este sobrenome, e de Madalena Fernandes”. O seu pai foi um conhecido alfaiate, tal como foi o seu avô, Manuel Teixeira Pinto. Mas Luís Jorge não teve o dom dos seus antepassados para o corte e costura de fazendas. Também não seguiu a música, que é uma atividade de relevo no seu ramo familiar materno.
O empresário confessa acerca disto: “andei a aprender música, mas não passei de um simples ouvinte e apreciador. Com tantos músicos na família, era difícil não ser mais um, mas não aconteceu, porque não se pode ser músico se não houver vocação… Mas obviamente que nas conversas à mesa, a música era um dos principais temas, em particular tudo o que dizia respeito à Banda Musical de Lousada, que sempre gostei de apreciar”.
No desporto, é um apaixonado por futebol. Tem dois amores iguais, o Lousada e o Benfica. Num eventual confronto entre os dois clubes não sabe por quem iria torcer. A sua relação com o desporto fica-se pelo dirigismo e pela observação. Considera-se “um espetador atento”. Mas nunca foi jogador, para pena sua: “Nunca pratiquei qualquer modalidade desportiva, principalmente porque, quando o poderia fazer, tive sempre uns quilinhos acima da média, que não ajudavam em nada a prática desportiva”.
Falando de dirigismo desportivo, aqui está “uma área que é a minha praia, uma das minhas vocações”.
Iniciou no ano de 2001 a carreira diretiva como seccionista das camadas jovens, na Associação desportiva de Lousada, pois claro. “Facilmente foi amor à primeira vista, que durou aproximadamente 20 anos”, diz com orgulho e até “com bastante saudade”. Mas nem tudo foram rosas. “Esse amor que se desenvolveu em mim conviveu também com inúmeros problemas, que a coletividade lousadense sempre teve, até que o seu funeral aconteceu”, lamenta, referindo-se à falência do clube.
O antigo dirigente faz notar que “para fazer face ao meu desgosto e de muitos lousadenses, um grupo de cidadãos convenceu-me a formar um novo clube, que é o atual, e daí me tornei no primeiro presidente da atual Associação Desportiva de Lousada”, que assim teve “uma segunda vida ou ressurreição”.

Falar da atualidade do clube “dava pano para mangas, mas prefiro ficar-me por aqui”, afirma Luís Jorge Fernandes.
Passando o tema da entrevista para a atividade profissional, que diz respeito à reconstrução de interiores e exteriores, este lousadense afirma-se “realizado” e “sempre em grande atividade”. A firma que lidera especializou-se na arte da pintura, mas também no restauro de habitações, lojas comerciais e armazéns.
Como empresário é comum ser solicitado para apoios e declara que “infelizmente não me é possível ajudar todas as coletividades lousadenses como eu gostaria, mas sempre que me é possível e dentro das possibilidades colaboro, pois sei muito bem o que é de andar a pedir para o associativismo e neste aspeto quero sublinhar que não é fácil levar o não como resposta”.
Ainda na perspetiva de empresário do ramo imobiliário, Luís Jorge vê a expansão desse setor em Lousada como “algo que já esteve mais em alta a nível de construção e comercialização, devido sobretudo ao facto de ser um concelho muito jovem, um dos mais jovens da Europa, e por isso muitos fogos se vendem”, embora não tantos como num passado recente.
Considera que “a nível económico nesse passado recente foi muito mais rentável comprar uma casa em Lousada que nos concelhos vizinhos, além de que Lousada tem bons acessos à área metropolitana do Porto, tanto por auto-estradas como por comboio, o que chama muita gente para morar aqui”.
Apesar dessas perspetivas, um assunto que está na ordem do dia é a crise na habitação: “penso que é um problema, de facto, e irá continuar a ser, pois o aumento da taxa de juro ao crédito está a provocar incumprimentos nos pagamentos, além de outros problemas que se verificam no setor”, afirma Luís Jorge.
Uma vez que estamos nos primeiros dias do novo ano, quisemos terminar esta entrevista perguntando que planos ou desejos tem para 2024: “gostava que parassem com as sucessivas guerras que existem em várias partes do planeta, e que o mundo se tornasse melhor, mais puro e que houvesse menos hipocrisia”.

Comentários