Rancho Folclórico São Joanino de Covas
Na noite de sexta-feira da próxima semana (dia 16), o Rancho Folclórico São Joanino, de Covas (Lousada) vai apresentar-se oficialmente, no Auditório Municipal de Lousada. O aparecimento deste rancho veio aumentar o leque num setor cuja atividade tem vindo a reduzir. Ainda assim o concelho de Lousada passa a ter 7 grupos folclóricos, alguns com maior e outros com menor atividade: Meinedo, Caíde de Rei, Aparecida, Nogueira, Nespereira, Nevogilde, Sousela e Covas.

Quem está com grande força ativa é o Rancho Folclórico São Joanino. Uma das dirigentes, Vânia Morais Martins, recorda que este grupo já existiu no passado, concretamente, em 1958. “Na altura o rancho foi criado por Claudino Fernandes, cujo centenário de nascimento ocorre no dia 11 deste mês de fevereiro” e acrescenta que “os trajes na época foram feitos pela mão da sua esposa, Emília Fernandes”.

A direção do Rancho Folclórico São Joanino “é composta por um grupo substancial de pessoas que, de forma igualitária, criaram, compõem e trabalham em prol do rancho”. No dia 17 deste mês realiza-se a primeira assembleia geral anual e nela serão eleitos os corpos gerentes para o presente ano, assim como serão apresentadas as contas, nomeadamente o que rendeu nas Janeiras, as quais tiveram grande sucesso. A ideia de avançar com a criação deste grupo, surgiu em finais do ano de 2022 e de forma familiar, por impulso de Ana Cristina, neta dos referidos fundadores do rancho. “Os filhos e netos dos mencionados Claudino Fernandes e Emília Fernandes herdaram o gosto pelo folclore e lançaram mãos à obra para restaurar esse grupo antigo”, refere aquela diretora. Dos sete filhos do casal fundador, cinco são presença assídua no rancho: Joaquim Fernandes, é ensaiador; Albertina Seabra, é tocadora; Lucinda Meireles, é dançarina; e ainda Augusta Fernandes e Maria Adelaide, que estão sempre na plateia a apoiar.
Muito concorridos e com grande animação, como é timbre nas lides folclóricas, os ensaios ocorrem, regra geral, semanalmente e sempre no salão paroquial de Covas. “É uma logística complexa ensaiar todas as semanas, com todos os elementos que formam o nosso rancho simultaneamente presentes. Porém, tentamos ensaiar de forma frequente e sempre tendo em atenção a disponibilidade e anuência de todos”, revela a dirigente Vânia Martins.
“Tendo por base os inúmeros ensaios ao longo do ano realizados e, ainda, das pessoas presentes no jantar de natal oferecido e organizado por nós, podemos indicar que fazem parte do Rancho Folclórico São Joanino cerca de 65 pessoas, desde da direção, dançadores e tocadores”, revelou.
Fazendo um balanço do que já realizaram, Vânia Martins começou por dizer que “o ano de 2023 foi direcionado para ensaios, confeção dos trajes, bem como para tudo o que se mostra imprescindível para efetuar a sua primeira apresentação pública e o que daí em diante nos propusermos a realizar”.
O evento de apresentação oficial no próximo dia 16 no Auditório Municipal de Lousada, “já podia ter sido realizado, mas quisemos esperar para coincidir o mais perto possível com a celebração do centenário do nascimento daquele que lhes transmitiu o gosto pelo folclore, o senhor Claudino Fernandes”.
Falando de planos e projetos, “podemos partilhar que consideramos 2023 um ano verdadeiramente surpreendente”, disse a diretora. “A ideia surgiu, o primeiro ensaio ocorreu em meados de fevereiro, em março de 2023 o nosso rancho foi legalmente constituído, em 10 de junho, realizamos a Primeira Caminhada Os São Joaninos, organizamos o passeio em 9 de julho, a Tomar, para assistir à tradicional festa dos tabuleiros, começamos a fazer os nossos trajes em meados de agosto, festejamos o magusto a 18 de novembro, em 9 de dezembro fizemos o primeiro jantar de Natal e, para finalizar o ano, decorreram os ensaios para a realização do tradicional cantar das janeiras”, enuncia Vânia Martins. “Foi um ano desmesuradamente produtivo e, de facto, excedeu claramente as nossas expetativas”, acrescenta.

Para 2024, “o fundamental é preservar o que em 2023 se conquistou”, sendo que a assembleia geral de dia 17 poderá ajudar a definir o que aí vem para este novel agrupamento. “Logicamente que ambicionamos evoluir e é para isso que trabalhamos. Todavia, se mantivermos a união e o bom espírito desde sempre presente no nosso rancho é o melhor plano que podemos desejar para 2024”, revelou esta sanjoanina, para quem o lema principal é “manter a base e o resto vem por acréscimo”.
Entretanto, ainda no âmbito do folclore lousadense, segundo informações (ainda) não confirmadas, há a possibilidade das vizinhas freguesias de Figueiras e Casais formarem um rancho em conjunto, o que viria fortalecer ainda mais o setor das tradições locais e regionais, que tanto precisam de revitalização.
O jornal O Louzadense estará atento a esta eventualidade.
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