Lustosa é uma parcela do concelho de Louzada que gosto de percorrer e apreciar, mormente a memória, herança que os avoengos nos legaram e que temos o dever de cuidar e proteger. No passado sábado foi o território que elegi e visitei e tive o cuidado de fotografar – para memória futura -, parte do seu inúmero e riquíssimo património. A capela de São Gonçalo foi a que me reteve por mais tempo. E porquê? Pela simplicidade construtiva, mas também pela solidão e acesso dificultoso.

Já a tarde declinava, quando fui surpreendido pela mudança operada em 2014, protagonizada pela Junta de freguesia de Lustosa. A singeleza da ermida perdura, sem frestas, púlpito em granito e galilé, esta remetendo para as derradeiras décadas do século XX. No interior um pequeno retábulo, onde prepondera o seu titular: São Gonçalo. O que mudou? O seu acesso: um caminho atapetado de pequenos cubos de granito, ladeado por muro de pedra e arvoredo, que conduz o crente, o curioso ou o estudioso à pequenez edificada que alberga o santo da sua perene devoção.

O que prevalece? O sentimento de que em Lustosa há sentido de preservação da memória que pertence a todos, sem exceção.

José Carlos Silva
Professor / Historiador












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