PREPARATIVOS PARA AS AUTÁRQUICAS DE 2025

Vários nomes são referidos nas “conversas de café”, mas oficialmente ainda não há candidatos à Câmara de Lousada. As eleições estão previstas para o último domingo de setembro ou primeiro de outubro de 2025. Um dado é certo: por força da limitação de mandatos, Pedro Machado não se vai recandidatar à presidência do Município. Poderá seguir as pisadas do seu antecessor e encabeçar a lista do PS à Assembleia Municipal.

O atual líder do PS Lousada, Nelson Oliveira, é oficiosamente o nome de quem se fala para os socialistas em 2025. Sem o admitir, disse-nos que “ainda é cedo para falarmos desse tema já que falta mais de um ano para as autárquicas”. Veiculou que “devemos continuar a cumprir o programa que foi amplamente sufragado pelos Lousadenses”. E divulgou que “o PS Lousada a seu tempo fará as suas escolhas, mas estou certo que vamos continuar a honrar quem tanto tem trabalhado por Lousada, e estou convicto que iremos continuar a merecer a confiança dos Lousadenses”.

Como maior partido da oposição, o PSD está a suscitar expectativas quanto ao seu candidato. Vários nomes são aventados e pode ser que daqui a um mês, aquando do Congresso Nacional, em Braga, já haja fumo branco. Por enquanto, o vereador Simão Ribeiro aponta baterias ao poder socialista, que o PSD quer derrubar: “a forma de estar e de atuar da nossa autarquia local permanece inalterada há muitos anos e assenta em modelos de gestão do poder que são difíceis de mudar e muitas vezes pouco correspondentes com o direto e imediato bem-estar do cidadão”. O social-democrata releva que “muitos decisores municipais recorrem à velha maneira de fazer as coisas – promessas que não pretendem cumprir (ou, pelo menos em parte, ou no devido tempo) e/ou pressão política constante e asfixiante a esta ou aquela instituição – para fazerem valer as suas posições junto da comunidade, com vista unicamente à manutenção do poder pelo poder numa lógica contrária ao (desejável) empoderamento da sociedade”.

Um nome que vai surgir nos lugares cimeiros da coligação de direita à Câmara é o de Pedro Amaral, do CDS. Se o partido fosse sozinho a sufrágio este seria claramente o candidato dos centristas. O próprio não abre muito o jogo, como nenhum outro partido, de resto. Limita-se a afirmar que “a pouco mais de um ano das eleições autárquicas a concelhia do CDS Lousada está focada em lutar pela vitória da direita democrática em Lousada”. Enfatizou que “é notória uma promoção cada vez mais veemente do vereador Nelson Oliveira nos eventos institucionais e nas redes sociais do município em preparação da sua candidatura. Apesar do surgimento de novos fenómenos partidários também em Lousada, o PS e a sua  governação desgastada de décadas são os principais rivais do CDS Lousada nas próximas  autárquicas”.

Perfilando-se pela primeira vez numas autárquicas sem Lousada, a INICIATIVA LIBERAL “está atenta à realidade lousadense e às movimentações no panorama político local, e neste momento não descarta ainda qualquer possibilidade”, afirmou Hugo Ferreira, daquele partido. “O executivo que tem governado a autarquia nas últimas décadas tem-nos levado a ser um concelho que não se desenvolve, apático e amorfo, que não cria qualquer valor”. O responsável concelhio da IL salienta que “o que vemos são sempre iniciativas isoladas e espúrias por parte da autarquia, que acabam por não trazer qualquer valor acrescentado ao concelho pela falta dessa visão global. A Iniciativa Liberal Lousada tem esse plano, essa visão e quer trabalhar no sentido de criar essa alternativa transformadora para o concelho”.

O CHEGA encara a situação atual como “desafiante”. O ainda presidente do partido em Lousada, Gustavo Borges está de saída do cargo e não se vislumbra como candidato à Câmara. Mas defende que o partido deve centrar atenções “no fraco investimento empresarial que se tem vindo a notar, pois há muitas empresas que, pura e simplesmente, não acham lugar aqui para laborar, uma vez que as medidas locais de apoio e incentivo também são insuficientes”. Também pretendem trazer para a campanha o tema da imigração: “já alguém parou para se perguntar em que condições eles estão a viver ou, inclusive, a trabalhar? E o lucro que os senhorios têm com 10 ou mais pessoas a viverem, amontoadas, dentro de um apartamento: alguém já, sequer, questionou isso?”.

Representado em Lousada por Filipa Pinto, O LIVRE “encontra-se em processo de preparação da estratégia autárquica e ainda não tem uma posição definida sobre a sua eventual participação nas próximas eleições autárquicas no concelho de Lousada”. O processo de escolha de candidaturas do partido “envolve, sempre, a realização de primárias abertas para a escolha dos seus candidatos”. Aquela dirigente não se assume como cabeça de lista. Em comunicado da estrutura distrital dizem que “não encetámos nenhum tipo de contacto com outros partidos ou movimentos de cidadãos no sentido de haver alguma coligação no concelho, até ao momento”.

O coordenador regional Duarte Graça, do BLOCO DE ESQUERDA não revelou qual vai ser a estratégia do partido em Lousada, mas disse que as eleições autárquicas “são uma oportunidade para falar sobre os enormes desafios que o concelho enfrenta”. Enumerou “os transportes públicos insuficientes, os salários baixos, as desigualdades sociais profundas”. As Eleições Autárquicas “são sempre exigentes, por enfrentarmos forças políticas com profundas raízes históricas a nível local. A expectativa é que possamos mobilizar gente, de dentro e de fora do Bloco, que queira participar neste projeto alternativo, para podermos disputar os órgãos autárquicos locais no concelho, e colocar o poder local eleito ao serviço da comunidade”, afirmou o bloquista.

Por último, a CDU também tem atenções centradas nos órgãos autárquicos de Lousada. A comunista Cláudia Santos disse que aquela coligação vai participar “na batalha autárquica do próximo ano, com um projeto distintivo em todas as áreas, desde logo nas questões ambientais, da ecologia, mas também no que diz respeito à defesa dos serviços públicos e a defesa da água como um bem público e de gestão pública”.