Com os olhos na alta finança mundial

MIGUEL PEREIRA JOGA E TRABALHA NA HOLANDA

Aos 28 anos, Miguel Pereira quer lançar-se nos altos desafios da finança mundial. Alia a gestão financeira ao desporto e ao hóquei em campo em particular. Viveu em França e reside atualmente na Holanda. É franco-português, ou seja, tem nacionalidade dupla, mas sente-se um cidadão universal, com um afeto muito especial por Portugal, por quem joga naquela modalidade desportiva. É filho de Joaquim Agostinho Magalhães Pereira e de Olga da Silva Pacheco, de Pias, Lousada.

Foi para França ainda criança e desde cedo, por volta dos 5 ou 6 anos, pratica hóquei em campo, que se tornou o seu principal desporto. Revela que aquele “era o único desporto próximo da casa dos meus pais”.

Desde os 13 anos, vive longe dos pais, que moram em Orléans, em França. “Mudei-me para Paris para seguir a minha carreira no hóquei e, há dois anos, estou na Holanda, onde continuo a dedicar-me ao desporto de alto nível. Estou habituado a viver longe, mas não é fácil”, explica o jovem Miguel Pereira.

O hóquei ocupa muito tempo e exige muitos sacrifícios, “o que significa perder momentos importantes com a família, como aniversários e férias. Essa é a parte mais difícil. No entanto, viver na Holanda tem sido uma oportunidade incrível para crescer como atleta e como pessoa”.

Esclarece que esse país “oferece um ambiente altamente competitivo, que me desafia a melhorar constantemente, além de me permitir conhecer uma nova cultura e fazer amizades internacionais. Esses desafios ajudam-me a manter o foco nos meus objetivos e a valorizar ainda mais os momentos que consigo passar com os meus entes queridos”.

Como muitos jovens, inicialmente Miguel apenas queria jogar futebol, mas o clube ficava muito longe. “Por volta dos 11 ou 12 anos, fiz uma pausa de quase um ano no hóquei, para experimentar o futebol, mas não gostei da mentalidade. Aos 13 anos, fui selecionado e entrei para um centro de formação, o que consolidou a minha escolha pelo hóquei”, explica. Vê esta modalidade como “um desporto mais familiar, onde as pessoas são acolhedoras e calorosas. Além disso, é um desporto olímpico, o que também me motivou a seguir em frente”.

Miguel Pereira_hoquista na Holanda

Começou a jogar no Cercle Laïque des Tourelles d’Orléans, que foi o seu clube formador. Depois, “fui para centros de formação em Paris e integrei o INSEP (Instituto Nacional do Desporto, da Experiência e do Desempenho) e o centro olímpico de França”. Paralelamente, “joguei em clubes da primeira divisão, como Montrouge e Saint Germain-en-Laye, e representei a França em todas as seleções nacionais, dos Sub-16 até os seniores. Participei em diversas competições internacionais, incluindo campeonatos europeus”. Depois disso foi cooptado pela seleção portuguesa, que à luz dos regulamentos pode convocar o jogador por ter dupla nacionalidade. “Faz agora um ano que integrei a seleção nacional de Portugal. O Mário Almeida entrou em contacto comigo para me convidar a fazer parte do coletivo, aproveitando que já nos conhecíamos das vezes em que treinava no clube de Lousada durante as férias de Verão. Colocou-me em contato com o treinador da seleção nacional, Marcos Ferreira, com quem conseguimos encontrar uma solução que me permitisse conciliar o trabalho, o clube e a seleção nacional”.

OLHOS POSTOS NOUTROS DESTINOS

Pretende dedicar-se ainda mais ao hóquei em campo e quer “continuar a jogar ao mais alto nível e ajudar a levar a seleção portuguesa a novos patamares”. O seu grande sonho é “ajudar Portugal a competir numa Copa do Mundo e, quem sabe, nos Jogos Olímpicos”.

Profissionalmente desenvolve atividade na área de finanças. “Já desempenhei atividades como investidor imobiliário e, atualmente, estou associado à auditoria na empresa KPMG”. Diz que tenta equilibrar a carreira profissional com o desporto, “o que exige bastante disciplina e programação do dia a dia. Há três anos, tive que fazer uma escolha entre o desporto de alto nível e a vida profissional, pois é muito complicado conciliar os dois, especialmente com a aproximação dos Jogos Olímpicos. Tive que tomar uma decisão e, consequentemente, deixar a equipa da França, o que não foi nada fácil, considerando a importância que este desporto tem na minha vida”.

Com o desejo de continuar no desporto de alto nível, Miguel e a companheira Salomé Charamelet decidiram mudar-se para a Holanda, onde o hóquei é um desporto nacional “e onde está o melhor campeonato do mundo”.

Este pode não ser o país definitivo para Miguel Pereira, que tem planos para mais aventuras, sobretudo no âmbito profissional. “Atualmente estou na Holanda, mas penso em mudar para Londres ou Nova Iorque, que são grandes mercados na área de finanças”, declara o jovem.

Para mais tarde reserva um eventual regresso às origens, em França e em Portugal: “penso em voltar para lá depois de ter explorado minha carreira internacional. No entanto, viver em Portugal também é uma possibilidade que considero, dependendo das oportunidades profissionais que surgirem”.

Miguel Pereira e companheira

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