por | 29 Jun, 2025 | Educação

Jovens (ainda) procuram Medicina e Engenharia para o seu futuro profissional – Parte II

Marina Sofia Ferreira, Psicóloga

A escolha deve ser sempre do aluno

“Era já final de Junho e o aluno de nono ano H, não conseguia decidir que rumo dar à sua escolha formativa para o ensino secundário. Se por um lado toda a orientação vocacional o guiava para um curso de mecânica / mecatrónica automóvel, os seus pais, ambos ligados a altos cargos na área da saúde gostariam que o seu filho enveredasse por um curso científico humanístico ligados à ciência e tecnologia”.

Isto pode ilustrar uma entre várias questões que torna o processo da orientação vocacional complexo e difícil e que os alunos, tanto de terceiro ciclo, como os que finalizam o secundário se deparam.

O sistema de ensino em Portugal oferece vários caminhos após o nono ano e após o 12º ano. A escolha vocacional é muito trabalhada nas escolas do nosso concelho, seja por profissionais de psicologia ligados à escola, seja no privado ou então com os próprios professores e encarregados de educação.

Nem sempre os alunos estão certos daquilo que desejam para o seu futuro e o que mais se ouve é que realmente as escolhas são feitas muito precocemente. Um aluno que esteja a terminar o nono ano deverá escolher a área à qual vai dedicar o resto da sua vida profissional. É complicado e muito decisivo. Nem sempre estão preparados e nem sempre a família está em concordância absoluta.

A escola tem por objectivo tornar as coisas claras e simples para que todos façam escolhas acertadas e com consciência, o que nem sempre acontece.

A escolha passa pela aplicação de instrumentos específicos e científicos onde o aluno vê espelhado no resultado a sua preferência escolar e profissional naquele momento de avaliação. Isto porém, não determina exactamente o que o aluno segue futuramente. Por vezes é apenas um indicador do que pode ser o caminho do aluno.

Existem outras actividades e acções possíveis para ajudar o aluno na decisão. Uma delas prende-se com a pesquisa de oferta escolar e /ou formativa adequada ao perfil de cada aluno, das suas motivações profissionais, das suas ambições e até tendo em conta o auto conhecimento, onde ele expõe aptidões que tem, assim como interesses e obviamente os seus traços de personalidade.

Outra questão sobejamente importante é o papel da família no processo. É fundamental o acompanhamento familiar a estes jovens não decidindo nada por eles, como é lógico a vida do aluno só a ele pertence, mas acompanhando e aconselhando dentro do razoável todo o processo de decisão que é tão importante nesse momento.

A empatia e o incentivo em contexto biopsicosocial pode facilitar a estes jovens decidirem com confiança o que fazer com a sua vida, a nível profissional. Por vezes é difícil e a parte emocional também tem aqui um papel fundamental: o aluno deve estar preparado para enfrentar estas novas etapas sem medos nem frustrações. A cada decisão é uma nova janela de vida que se abre.

Por fim é inevitável falar sobre a viabilidade da profissão no nosso país. Aconselhar e colocar em cima da mesa as saídas profissionais tendo em conta o mercado de trabalho e a funcionalidade da profissão no seu meio de vida.

Por fim, a escolha deve ser sempre do aluno, é muito importante ajudar, aconselhar mas ele deve ter sempre a palavra final. Só assim terá uma vida profissional satisfatória e feliz, mesmo que não acerte logo na primeira escolha.

Comentários

Submeter Comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos recentes

“Segredo para uma vida feliz: sorrir, amar e servir os outros”

MARIA IRENE DA SILVA MONTEIRO, 89 ANOS É carinhosamente tratada por «Menina Irene» e destaca-se na...

Jorge Cunha volta a apresentar-se como candidato à presidência da Junta de Freguesia de Aveleda

Olhando para a freguesia como a sua própria casa, sendo esse o local onde crescemos e construímos...

Editorial 148 | Promessas

Começou a época das promessas “a torto e a direito”! Sinto que existem ainda candidatos...

AMBIENTE FORTE, CONCELHO FORTE

As alterações climáticas estão na ordem do dia. É fundamental ter politicas públicas municipais...

Armando Marques é o candidato do PS à União de Freguesias de Cernadelo e Lousada (S. Miguel e Sta. Margarida

O Partido Socialista de Lousada apresentou Armando Marques como candidato à Junta da União de...

Diversidade em Ação: O Poder da Inclusão de TODOS nos locais de trabalho

A diversidade e inclusão são elementos-chave para a construção de ambientes laborais justos,...

GESTÃO ESTRATÉGICA – PRESENTE E FUTURO

A gestão estratégica não se limita ao passado, mas concentra-se no presente e, sobretudo, no...

A Casa Nobre No Concelho de Lousada

Outros Dados Históricos (Volume II e III) - Casa da Lama IX - (2ª Parte)  Figuras Ilustres - 1...

Os pombos (também) são uma terapia

COLOMBÓFILOS DE LOUSADA CELEBRAM 50 ANOS EM JULHO Estima-se que deve haver em Lousada cerca de 20...

Idosos, juventude e proximidade com os cidadãos entre as prioridades de Agostinha Monteiro na candidatura à Junta de Freguesia de Lustosa

Agostinha Monteiro apresentou os seis eixos do seu programa eleitoral para Lustosa. Entre as...

Siga-nos nas redes sociais