Nas últimas décadas, Portugal tem assistido a um aumento significativo da prevalência de doenças crónicas, como a diabetes mellitus, a hipertensão arterial, as doenças respiratórias e cardiovasculares. Este fenómeno está intimamente relacionado com o envelhecimento da população, a adoção de estilos de vida pouco saudáveis e o impacto do stresse crónico no quotidiano.
Neste contexto, as Unidades de Saúde Familiar (USF) emergem como estruturas fundamentais na resposta aos desafios colocados pelas doenças crónicas não transmissíveis. Integradas nos cuidados de saúde primários, as USF operam com equipas multidisciplinares — compostas por enfermeiros e médicos de família e assistentes técnicos — que garantem um acompanhamento contínuo, personalizado e de proximidade às pessoas que vivem com estas patologias.
A atuação das USF centra-se não apenas na monitorização clínica e na gestão terapêutica, mas também na capacitação do utente para o autocuidado, contribuindo para a melhoria dos resultados em saúde e para a redução da utilização desnecessária dos serviços hospitalares. O acesso facilitado, a vigilância regular e o estabelecimento de uma relação terapêutica sustentada são fatores determinantes na prevenção de complicações e na promoção da qualidade de vida.
Para além da vertente assistencial, as USF desempenham um papel ativo na educação para a saúde e na promoção de comportamentos preventivos, incentivando escolhas saudáveis e intervenções precoces ao longo do ciclo de vida.
Perante a crescente carga das doenças crónicas no sistema de saúde, importa refletir: estaremos a potenciar de forma adequada os recursos e competências das USF? Que estratégias poderão reforçar ainda mais este modelo de proximidade, eficiência e humanização dos cuidados?












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