Uma maioria socialista e uma direita fragmentada. Este é o cenário do «parlamento municipal», onde, nos próximos quatro anos, se irão dirimir argumentos e propostas, lutas e votações. Terminou a dicotomia PS–PSD/CDS que vigorou nos últimos doze anos. É preciso recuar às eleições de 2009 para encontrar um terceiro grupo parlamentar (CDU) na Assembleia Municipal. Agora, é composta por PS, PSD, IL, CDS e Chega. Que traz de novo este quadro político-partidário? Para obter resposta a isto O Louzadense ouviu representantes dos partidos com assento na Assembleia Municipal.
O facto de ter entendido que “devia afastar da política activa, não quer dizer que tenha deixado de interessar-me pelo dia-a-dia da minha terra, razão pela qual continuarei a acompanhar de perto a vida política lousadense”, disse Pedro Amaral. O líder do CDS-PP em Lousada foi figura de proa daquele órgão durante o mandato 2021-25.
Relativamente à nova composição da Assembleia Municipal, não espera grandes alterações na substância, “afinal o PS mantém uma maioria confortável e a fragmentação da oposição contrasta com a coesão dessa maioria”.
“Penso, no entanto, que devemos estar preparados para uma alteração substancial de forma naquilo que é a actuação da Assembleia Municipal”, dado que “entram pela primeira vez novas experiências políticas fora do quadro dos partidos fundadores da democracia, o que, a meu ver, trará uma maior complexidade ao órgão e poderá contribuir para o extremar de posições quer entre bancadas, quer de ataque e contra-ataque entre oposições e maioria socialista”, refere Amaral.
No que respeita ao CDS, cuja Deputada Municipal, Alice Vieira, formará bancada autónoma nesta Assembleia, assegura que “o partido procurará manter a sua linha de actuação na lógica de partido de quadros que sempre se orgulhou e que também já habituou os Lousadenses”.
A 25 de Setembro, na sua última intervenção do mandato 2021-2025, Pedro Amaral citou José Saramago, para deixar no ar a possibilidade de um dia regressar: “almocreves somos e pela estrada andamos, havemos de nos voltar a encontrar”.













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