O Centro Cultural e Recreativo de Covas celebrou no passado dia 1 de maio o seu 39.º aniversário. Foi com uma festa dupla, o aniversário e o batismo do grupo de bombos “As Amigas da Terra”, que a coletividade juntou os seus sócios e simpatizantes.
O covense Ilídio Ferreira, de 55 anos, agricultor, é desde 18 de janeiro o presidente desta associação. O Lousadense quis conhecer o atual momento da coletividade e esteve à conversa com ele.
Qual o sentimento que nutre pela freguesia?
Esta freguesia é as minhas raízes, é onde trabalho. A maior parte das terras que faço são da freguesia de Covas, e tenho aqui os meus amigos. Devo tudo a Covas.
Como surgiu esta associação?
Fui encostado à “parede”. Precisavam de um elemento para a direção e eu voluntariei-me. Não me passou pela cabeça ser presidente, pois nunca fui homem de palco, sempre fui pessoa de trabalho. Prefiro ficar com a vassoura. Depois indicaram-me, eu não queria, mas mais ninguém quis, tive de aceitar.
Já estou aqui há 39 anos. Julgo que sou sócio desde o início. Já fiz parte de várias direções, inclusive fui presidente da assembleia. Mesmo sem estar na direção, sempre estive cá. Fiz parte sempre desta casa. Mesmo nos momentos mais difíceis.
Como tem sido aceitar este desafio?
É um desafio de que eu sinceramente gosto. Se não gostasse, saía. Felizmente, ainda posso estar porque quero, me permite a minha vida profissional como a vida social, mas com esta responsabilidade não posso estar para sempre.

Como recebeu a associação?
Recebi a associação com saúde. Sem problemas.
Quais são os principais objetivos?
Temos uma boa sede, e os nossos objetivos são, se possível, elevar um pouco a fasquia. Atualmente, temos o grupo de bombos “As Amigas da Terra”. Fazemos torneios de sueca, tínhamos o futebol, mas temos pouca gente para o futebol, agora está um pouco parado. Temos boas condições, mas não temos gente. Gostava de ter alguém comigo para atacar o futebol, pois não é uma área que eu domine.
Quem o desafiou exigiu algum objetivo em particular?
Não me exigiram nada. Mas gostava de compor o telhado, retirando as placas de fibrocimento, que têm amianto, pintar a casa, mudar um mosaico na entrada e uns assentos na casa, para que ela fique bem, e dar continuidade a este novo desafio: o grupo “As Amigas da Terra”.
Também existem outras amigas, as motos…
Foi um amigo que temos cá, que está a tentar associar-nos o grupo dele, “Os Coveiros”. Temos feito passeios e têm corrido bem. A nossa concentração será no final do mês de junho.
Qual é o segredo para a longevidade da associação?
Costumamos dizer que mais vale poucos mas bons. Em Covas, é o caso. Sempre fomos um povo bairrista, embora se estejam a perder certas tradições. Sempre fomos um povo que gostávamos de brilhar, e por isso não é por acaso que tivemos aqui no passado as melhores festas da região: tínhamos o Fogo do Menino e batíamos todas as freguesias. Chegamos a ter grandes equipas de futebol, fomos até campeões! Sim, somos uma comunidade unida. Pena é perder-se algumas tradições, mas isso também acontece fruto da evolução dos tempos e das pessoas.
Qual foi o sentimento no dia de aniversário do CCR Covas?
Foi um dia em que me senti muito orgulhoso. Foi uma das festas mais bonitas que vi na coletividade. Tive a casa cheia, foi um dia bonito, gente boa… Tudo bom, sem exceção.
Está satisfeito com os apoios que têm?
Os apoios poderiam ser mais, pois temos sempre ambições. Para começar no futebol, por exemplo. Precisamos de mais apoios, mas estou grato, nomeadamente à Junta de Freguesia. Não tenho queixa nenhuma das entidades públicas. Eu não quero misturar aqui política.
Como surgiu esta integração do grupo de bombos “As Amigas da Terra”?
Foi uma ideia delas. A maior parte delas são de Covas e precisavam de uma associação legal para as receber. Nós temos gosto em tê-las na coletividade. Têm autonomia. Queremos que elas trabalhem bem, e nós estamos aqui para lhes dar apoio.
Têm algum sonho para o CCR Covas?
Sinceramente, tenho de ser modesto, não vejo necessidade de mais do que o que temos. Talvez na área cultural, na música, ou como referi antes no futebol, dando início à formação, com uma equipa de crianças. Para mim não está mal, mas poderia estar melhor.
40 anos é uma data redonda, histórica. Estará cá como presidente?
Nunca digo nunca. O que podem contar é que não abandono esta casa. Se precisarem de mim, aqui estarei, mas gostava que surgissem outras pessoas. Por mim, não acabava nenhuma tradição na nossa freguesia.
Comentários