por | 11 Jun, 2019 | O Garante da Gestão, Opinião

O papel dos gestores na transformação do emprego

Entre o desemprego massivo e a necessária transformação das profissões, resultante do enfoque da evolução tecnológica, as organizações encontram-se numa fase decisiva de adaptação estratégica face à tecnologia, cruzando com o desenvolvimento da inteligência artificial (recurso aos robôs). Apesar dos enormes desafios que se colocam, tal significa uma oportunidade, a de criar mais valor, combinando a automação de processos e a inteligência humana, dando lugar ao “colaborador aumentado”.

Estas mudanças permitem através da inteligência artificial, retirar aos trabalhadores, o tempo rotineiro na execução de tarefas simples, repetitivas e demoradas, levando ao rompimento de capacidades banais, pois tais, no longo prazo, direcionam os trabalhadores para a desmotivação, dado que, o trabalhador tem uma constante busca pelo que acresce, pela diversidade, pela flexibilidade e neste sentido a inteligência artificial culmina essa vertente, algo a favor para as organizações e trabalhadores. Tais tarefas, sendo entregues a um robô, vêm apoiar o trabalhador a concentrar-se na criação de valor. Com isto, será capaz de desenvolver as suas competências, aumentando os níveis de produtividade da empresa, garantindo uma melhor qualidade de vida no trabalho. Livre das tarefas sem qualquer valor acrescentado, o ser humano poderá trabalhar mais a relação com terceiros, com a qualidade, elevando o nível de satisfação destes, e do sentimento de realização pessoal.

Estamos perante uma conjuntura de transformação de emprego, que segundo o Foro Económico Mundial implicará a extinção de postos de trabalho, no entanto, a criação de muitos mais, como, redefinição destes, sendo que, a inteligência artificial não deve ser sinónimo de ameaça, mas de oportunidade para o ser humano. Além de uma necessária adaptação do sistema de ensino, o processo deve passar por uma profunda transformação das empresas, no acompanhamento dos seus trabalhadores, no sentido da adaptação dos seus postos de trabalho, redefinindo as suas competências. Desta forma, as empresas colocam nas mãos dos seus profissionais, as ferramentas adequadas para desbloquear a sua criatividade e gerar mais valor para os stakeholders. E é este o espírito da inteligência artificial, o robô não é um concorrente, mas sim um contributo, um facilitador. O ser humano deve adaptar-se a esta nova situação, tornando-se como uma componente criativa do processo. É essa criatividade que permitirá que a “substituição” não passe de uma ideia criada/pensada.

Num mercado cada vez mais exigente e competitivo, um dos maiores desafios no futuro empresarial prende-se com a forma como a tecnologia nos vai desafiar enquanto profissionais, gestores e líderes, como vai evoluir a aplicação da inteligência artificial nas nossas rotinas de trabalho, bem como, quais as matrizes da luta desenfreada pela aquisição e retenção de talento nas organizações, por forma a manter os níveis de inovação e diferenciação num mercado saturado.

Patenteamos uma premente necessidade de aceleração pessoal e profissional que, acompanhe o passo da aceleração tecnológica ao nível não só dos conhecimentos e das novas linguagens necessárias, para dominar a evolução tecnológica, mas também da aprendizagem e das competências humanas, que deve ser aprontada nos anos que se avizinham. No contorno deste, terá de existir espaço e abertura que comporte uma atenção no liderar pessoas, gerir emoções, no interagir com máquinas, no simplificar processos.

Avulsa uma conjuntura que se avança, em tempo e no tempo, manifestando uma transição do imaginário à realidade, a uma velocidade ímpar de pensamentos.

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