A tentação por doces está presente e evidente no nosso dia-a-dia, seja, no local de trabalho, a passear na rua, em que nos deparamos com vitrines que nos incentivam e apelam ao consumo de doces, bem como, nos supermercados que estrategicamente colocam os alimentos processados ricos em açúcar a um acesso fácil e visível.
A alimentação é por vezes um refúgio para aliviar o stress ou lidar com sentimentos desagradáveis, como a solidão, a tristeza ou/e a ansiedade, normalmente, é saciada através da ingestão de alimentos calóricos, ricos em açúcar e/ou gordura. A sensação de prazer e bem-estar precedida do consumo destes advém das reações que ocorrem no organismo influenciadas pelos alimentos ingeridos que estimulam a produção de neurotransmissores (como por exemplo a serotonina).
O desejo incontrolável por doces resulta do efeito viciante do açúcar, pois este cria a sensação de prazer, consequentemente o desejar mais. Estudos realizados demonstram que, o açúcar não contribui apenas para o aumento de peso, mas também, devasta o fígado, desregula o metabolismo, prejudica o cérebro e deixa-nos suscetíveis a doenças cardíacas, diabetes e cancro.
O controlo da ingestão de doces é uma dura batalha, onde a nossa apetência para o doce e o marketing do setor alimentar tendem a vencer este braço de ferro. Reverter este processo e controlar a vontade de ingerir doces não é fácil, mas é possível, sendo um caminho pelo qual nos devemos debruçar.
Num mundo e num mercado saturado de alimentos que incluem açúcar nas suas variadas formas, não é fácil travar uma luta justa contra o efeito viciante do açúcar. No entanto, para travar esta apetência por doces e prevenir danos a longo prazo, devemos contornar e controlar o consumo destes, através da ingestão de água, de mais proteína, de planear as refeições, de evitar ficar com fome, de não ir ao supermercado com fome, de ocupar-se a fazer alguma atividade, de evitar estados de stress e de descansar o suficiente. Sendo que, esta bordagem é para a população em geral, porém, cada caso clínico requer uma análise e intervenção específica e adequada ao seu quadro clínico.
É importante não ceder à “chantagem” que o nosso cérebro exerce sobre nós, ao estimular a ingestão de alimentos doces, dado que, o doce poderá se tornar amargo, revertido em danos em saúde.
Um desejo não muda nada, mas uma decisão assertiva e atempada muda tudo.
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