Haverá um momento adequado ou um espaço próprio para falar de Saúde? Para mim não. Todos os momentos são adequados, todos os espaços são os melhores. Qualquer profissional de Saúde, no seu dia-a-dia, deve considerar cada oportunidade, para o utente, como uma ótima oportunidade para aumentar as competências cognitivas e sociais e a capacidade para ganharem acesso a compreenderem e a usarem informação de forma a que promovam e mantenham um boa Saúde.
Bem, isto não é mais nem menos, segundo a OMS, a Literacia em Saúde. Um termo que começa surgir no nosso vocabulário diário, que pretende aumentar junto do utente do Serviço de Saúde, competências básicas, que permitam a adoção de comportamentos protetores de Saúde e de prevenção da doença, competências do doente, para que se oriente no Sistema de Saúde e para que atue como parceiro ativo dos profissionais de saúde. E, ainda, competências como consumidor e como cidadão, para tomar decisões baseadas em conhecimentos de saúde na seleção de bens e serviços e adotando comportamentos informados como o conhecimento dos seus direitos em saúde.
Será então possível, fazer tudo isto numa simples coluna de um jornal local como O Louzadense? Eu achei que sim, e por isso é que aceitei o convite, de através de um meio de comunicação, falar de temas associados à Saúde, doença e bem-estar. Tentando desmitificar algumas ideias, tentando ajudar a adotar melhores comportamentos, colaborando para a decisão de forma informada, das atitudes em saúde dos leitores deste novo projeto jornalístico. Nas minhas intervenções falarei sobre doenças, mas também sobre a prevenção das mesmas, falarei sobre comemorações de datas importantes na Saúde e farei, várias vezes apelos.
E nesta primeira crónica, não podia deixar passar a oportunidade de falar sobre a comemoração do Dia Mundial do Dador de Sangue, dia celebrado no passado 14 de Junho, com o mote de aumentar a consciência da necessidade de componentes sanguíneos, bem como, agradecer a todos os dadores as suas dádivas voluntárias e benévolas.
Há muitos anos que conhecemos o slogan: “Dê sangue, partilhe vida”: Vemo-lo em outdoors, em publicidade televisiva, em diversos momentos. Mas quantos de nós, paramos um momento das nossas vidas, para partilhar vida? Dar sangue, é um dos atos mais nobres de um cidadão informado, integrado na sua comunidade, mostrando o seu altruísmo e a sua honra. Dar sangue, é verdadeiramente dar Vida! Dar um pouco de mim, para que o outro posso superar um momento difícil no seu percurso.
E é assim tão difícil? Não! Basta deslocar-me a um local de colheita de sangue, seja ele móvel ou fixo, ter mais de 18 anos, ter peso igual ou superior a 50 Kg e ter hábitos de vida saudáveis. Será sempre efetuada em todas as dádivas, uma triagem clinica para esclarecer as dúvidas do dador e também perceber se o mesmo tem ou não condições para dar sangue naquele momento.
Não há risco de contrair doenças, apenas terá que receber uma pequena picada, e estar confortavelmente deitado durante alguns minutos, enquanto sente a honra tremenda, por em breve, aquele pequeno pedaço de nós, poder salvar a vida, a um filho, um pai, um avó, ou simplesmente alguém que naquele momento precisa, dando-lhe, talvez, uma nova oportunidade de continuar a viver.
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