O tempo vai decrescendo desde o solístico de verão, enquanto acresce a proximidade com o último de fim de semana de julho.
Não é mais um fim de semana, é evidentemente um período de confraternização e de acolhimento aos muitos lousadenses, que já cá não vivem fisicamente, mas estão umbilicalmente ligados por esse sentimento que esta “Lousada prendada” provoca em muitos de nós, que cá crescemos. Para muitos é o seu verdadeiro cantinho no qual revivem saudosamente anos passados nesta terra “que tem sido cantada, amada, venerada pela pena de ilustres e insignes Lousadenses. E até forasteiros se curvaram às suas belezas e lhe teceram os mais nobres e belos elogios (1)”. Sempre, que regressam, sentem Lousada mais sua e mais cativante. A alma Louzadense não os deixa olvidar o quanto essa terra representa para os próprios.
Não é mais um fim de semana, é uma época de alegria, de música nos altifalantes, de cheirinho a “farturas” e muitos sons fogueteados. Os gigantones serpenteiam pelas ruas e ruelas da Vila despertando e sacudindo os mais “entorpecidos” lousadenses.
Não é mais um fim de semana, é sim tempo de receber muitos visitantes, que procuram arrebatamento, noitadas musicais, bares animados e petiscos saborosos. Nestas visitas experimentam uma pitada de inveja por não terem nas suas terras uma oportunidade tão agradável e diversificada de distração e lazer. Aqui encontram “qualquer coisa de superior, de especial, de quimérico, de diferente neste ar suave que aqui se respira, nesta terra de gente boa”.
Não é mais um fim de semana, é quando se pode assistir a uma majestosa procissão à qual ocorrem milhares de pessoas que ladeiam as nossas artérias e ao mesmo tempo veneram o Sr.º dos Aflitos e cumprem as suas promessas ou suplicam por algo. Presenciam os formosos e floridos andores e observam todo um ritual de personagens, de paróquias e instituições que revelam o sentimento concelhio convertido nessa grande manifestação epifânica local. Muitos aproveitam para admirar o Monte dos Sr.º do Aflitos todo iluminado por tigelinhas nos jardins ou suspensas nas árvores dando-lhe uma peculiaridade extraordinária, que enfatiza a grandiosidade e beleza, que este ícone de Lousada alcança.
É assim Lousada no último fim de semana de julho … que, ano após ano, se refresca, adorna, brilha e acolhe, quem nunca se cansa desta etapa da vida destas gentes, que consubstancia um sentimento muito próprio e suficientemente arrebatador para se perpetuar nos seus corações.
(1)https://arteepatrimonio.blogs.sapo.pt/8532.html, 17/10/2009
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