Realizou-se, na passada terça-feira, mais uma fase do concurso “As 7 maravilhas Doces de Portugal”. Durante o dia, os 7 doces finalistas do distrito do Porto disputaram a passagem à fase seguinte. O concelho de Lousada tinha dois doces finalistas, o leite-creme, uma candidatura da Câmara Municipal de Lousada, e o sarrabulho doce, por parte da Confraria do Sarrabulho Doce, da Associação Albano Moreira da Costa de Caíde de Rei.
Com uma representação lousadense bastante entusiástica, foram apresentados ao longo do dia os dois doces lousadenses, ficando ambos pelo caminho nesta fase concurso, que teve como vencedor o jesuíta, de Santo Tirso. Em segundo lugar, ficou o biscoito da Teixeira e no terceiro lugar o nosso sarrabulho doce. O leite-creme de Lousada ficou no sexto lugar.
O Louzadense esteve à conversa com Luís Peixoto, Confrade da Confraria do Sarrabulho Doce, para obter a sua reação ao terceiro lugar e a importância do concurso para a promoção do doce e do Concelho.
O sarrabulho doce ficou em terceiro lugar. Está satisfeito com esta posição?
Este resultado demonstra o grande potencial do Sarrabulho Doce. É um doce único e com muita tradição. Este resultado e a projeção nacional deixa-nos bastante orgulhosos. Estar no pódio é, sem dúvida, uma grande vitória. Aliás, ter participando neste concurso para nós foi desde o início uma excelente vitória.
De que forma é que viveram o dia do concurso?
Foi um dia de festa único. Acredito que ficará na memória de todos. A mobilização de apoiantes foi muito grande e levamos ao programa a melhor claque, dita pelos próprios apresentadores da RTP. O apelo à união de todos os amigos foi ouvido e surgiu uma claque que levou um hino de apoio desde Caíde de Rei até ao Cais de Gaia. Vivemos momentos únicos de demonstração de amor ao Sarrabulho Doce e um sentimento de dever cumprido.
Qual o balanço que faz da participação no concurso?
Um balanço extremamente positivo. Já não somos um doce desconhecido. Ter uma projeção nacional vai fazer-nos crescer. Estar nos melhores doces do distrito do Porto é ótimo, muito mais ter ficado no 3º lugar, à frente de outros doces de renome nacional. É evidente o nosso potencial. As pessoas querem recuperar as tradições antigas.
Acredita que com este resultado e com o destaque dado ao sarrabulho doce, este pode ser no futuro considerado o doce típico de Lousada?
Claro que sim, queremos ser o doce de referência de Caíde de Rei e de Lousada. Queremos apostar fortemente nesta marca. A nossa confraria vai ter um longo trabalho pela frente. Queremos, daqui a uns tempos, fazer parte das sobremesas dos restaurantes do nosso concelho. Queremos estar em eventos que nos promovam.
Sente-se prejudicado pelo facto de a autarquia ter apresentado outras candidaturas?
Houve falha de comunicação. Se a candidatura fosse hoje, teríamos feito de outra forma. A Confraria e a Câmara só souberam da existência dos seus doces a concurso depois de escolhidos os finalistas na 1ª fase. Claro que ficamos surpreendidos ao saber que o município tinha apresentados candidaturas de outros doces (até sem história no concelho) e nada nos disseram. Houve um suposto esquecimento, que achamos incompreensível. Possivelmente, se todo o concelho se tivesse mobilizado apenas para o sarrabulho doce o resultado poderia ter sido outro.
Está satisfeito com a colaboração da autarquia com a vossa candidatura?
A autarquia fez o que achou melhor. Numa fase inicial, disponibilizaram-se para fazer uma divulgação conjunto, mas é claro que, aproximando-se o final, cada um quer que o seu doce vença e aí é que “valeu tudo”. Poderíamos ter pensado numa estratégia diferente. Mas ter dois doces no mesmo concelho dispersou votos. Mas felizmente nós é que ficamos a ganhar!
E agora o que espera para o futuro?
Acredito que o futuro será risonho. Sentimos que o nosso sarrabulho doce já é conhecido. Queremos fazer de Caíde de Rei a capital do sarrabulho doce. Queremos que a nossa festa do sarrabulho doce cresça e se torne um evento de referência na região. Para isso, o município de Lousada tem que se tornar nosso parceiro para criarmos sinergias juntos. Todos teremos a ganhar com isso.
O que sentem ao promover o nome da vossa Terra com o vosso doce?
É um orgulho enorme poder levar o nome da nossa terra para bem longe. Gostamos sempre de divulgar o que é nosso. Para tudo ser mais fácil é preciso que as instituições públicas acreditem mais em nós, principalmente a própria Junta de Freguesia de Caíde de Rei, que neste concurso simplesmente nos desprezou. Mas fica a prova que os pequenos podem ser grandes!
Comentários