André Faria, de 32 anos, comerciante, natural da Aparecida, é o presidente da comissão de festas em honra da Senhora Aparecida. Não é estreante nestas lides, já que integrou as comissões de festas em anos anteriores. Este ano, o presidente decidiu não continuar e o resultado da votação para escolher o novo presidente foi o nome de André Faria.
A atual comissão é constituída por 30 pessoas, mais 10 do que no ano passado. André considera este facto importante, pois é uma forma de ganharem o “bichinho da festa”.
Recorde-se que, durante anos, o presidente da comissão de festas foi o pároco. Nesses anos, André Faria reconhece que, estando de fora, tinha uma visão da romaria. Assim, ao juntarem-se para assumir a comissão de festas, os vários membros expuseram as suas ideias: “Com a opinião de todos, chegamos a um consenso, evoluindo assim a romaria, tornando-se melhor”, considera. Acrescenta que o grande objetivo foi fazer a festa à maneira deles, embora reconheça que quem a fazia no passado também a fazia bem. “Trabalhamos muito e fazemos a romaria condizente com o nosso trabalho”, remata.

Arraial é para continuar
Esta comissão tenta dar continuidade à tradição, tomando decisões com base no consenso ou, se não for possível, na maioria. O programa das festas tenta ir ao encontro de todas as faixas etárias e gostos. André considera-o bom considera-o muito bom. “Sendo uma romaria, tentamos agradar à parte popular e aproveitamos para incluir atuações para agradar ao público mais jovem, como é o caso de João Pedro Pais e os Minhotos e Marotos”, explica.
Bênção das motos tem cada vez mais participantes
As tradicionais corridas de motos vão acontecer no dia 15. Este é um evento que irá sofrer alterações no futuro: “No futuro, com a nova pista, vamos deixar de ter a casa às costas. Se houver uma pista fixa, podemos ter mais provas, mais cavalos e até ter mais atividades. O dia 13 é dos cavalos e é uma importante tradição”. Este ano, estas atividades serão ainda realizadas nos moldes tradicionais.
As condições de segurança são sempre uma preocupação para as comissões de festas, mas André alerta que elas não dependem só da organização. “Temos um plano de segurança. Da nossa parte, tudo fazemos para que isso aconteça, mas não depende só de nós. Mesmo assim, garantimos zonas de espetáculo, de público. Mas na Aparecida temos de ter segurança. E se queremos manter esta tradição muito antiga, tudo temos de fazer para garantir isso”.
Uma tradição mais recente é a bênção das motos, que tem crescido ano após ano: “É impressionante o número de motos que participam nesta iniciativa. Nós fizemos t-shirts e, no último ano, posso dizer que demos mais de duas mil peças”, conta.
Procissão: o momento alto da romaria
O dia da procissão é o momento alto desta romaria: “Pode vir o maior artista que esse não deixa de ser o momento em que a freguesia se une, juntamente com os milhares de pessoas que vêm por devoção”, explica. A queda do andor maior há dois anos adensou os receios de que algo possa correr menos bem: “No dia 14, quando se leva o andor de 22,5 metros, temos sempre o coração na mão, desde que se levanta o andor até o pousar. Tudo fazemos para que corra bem”, diz. O andor é carregado por perto de 100 pessoas: “Há lugares que já vêm de família, outras pessoas vêm por promessa. Eu, por exemplo, nunca peguei no andor. Um dia, talvez, vamos ver”, refere.
O presidente da comissão de festas sente-se satisfeito com o apoio das entidades, empresas e população em geral e com o grupo de trabalho: “Comungamos todos dos mesmos objetivos. Quando todos remam para o mesmo lado, só podemos contar com coisas boas”, diz.
Ciente de que o marketing também é importante, acrescenta que têm uma nova imagem “bonita e criativa”.
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