Cada vez mais presente e de mais impacto no mundo profissional, o assédio moral no trabalho ou mobbing, de natureza psicológica e/ou psicossocial, impera nas relações interpessoais entre (des)iguais categorias profissionais, de qualquer natureza, e as nossas empresas não são avessas à presença deste senão, de grave índole na vida dos profissionais e sentida nos mesmos, com consequências no Ser/Estar do profissional. Patente mais entre superiores a subordinados. Triste realidade que abafa as emoções, o desenvolvimento pessoal, interpessoal e produtivo nas empresas.
Face a uma realidade que esbarra o aceitável, transcende o profissional e coloca a vítima numa situação de debilidade, deteriorando a sua integridade moral, medidas políticas são importantes e de avanço neste contexto, que é uma realidade cruel, com resultância de insustentabilidade de progressão como Ser e como profissional, implicando um ambiente de trabalho hostil, humilhante ou desestabilizador nas vítimas e nas empresas. Nas vítimas sustém efeitos nefastos de saúde, afeta a sua confiança e o seu desempenho profissional, diminuindo a eficiência laboral e implicando afastamento do trabalho. Nas empresas provoca um incremento inusitado dos custos resultantes do aumento do absentismo, da redução abrupta de produtividade e de maiores taxas de rotatividade de pessoal.
É de marcar atenção redobrada para situações que aparentam sem significado algum, mas transportam em tempo e em execução o alicerce da presença do assédio.
A germinação do assédio no trabalho, quando verificada, a que fim se promulga e que intrínsecas variáveis? Tal é propenso, porque não existe na maioria das empresas medidas de abolição e atentas a respostas de situações ocorridas. A ignorância, o não atuar passa por pusilanimidade de todos que presenciam e temem a sua atuação. Com isto, não há nulidade do assédio que em muito destorça o Ser. Avulsa como situações de assédio uma cultura organizacional que não sanciona os comportamentos intimidativos, as transformações súbitas ao nível da organização, a insegurança no emprego; as relações insatisfatórias, as exigências de trabalho excessivas, os conflitos ao nível das funções desempenhadas e os comportamentos discriminatórios.
Para nulidade e combate de situações de assédio é crucial na empresa uma identificação dos riscos psicossociais, suster informação e formação nos seus colaboradores, incluindo os superiores. Realidade de enfoque nestes últimos, com o sentido, de que estes tudo podem (no geral) e esta forma de atuação implica o romper com o outro, com a vítima no progresso, na estabilidade que tanto anseia e que lhe estupram, podendo levar à sua desvinculação ao posto de trabalho. Mentalidades pretensiosas e encaradas como sendo o Mais, têm o retrocesso no outro, quando numa empresa procura-se cooperação e diálogo.
A vergonha e a humilhação a que tantos profissionais são sujeitos leva à existência de “perda do sentido”, à desvitalização psíquica, à dissonância cognitiva, à angústia momentânea e à depressão. O assédio atinge particularmente os jovens, no contexto do trabalho precário, transformados em “meros trabalhadores substituíveis” sem importância moral e fragrância científica.
A resposta ao assédio labuta em silêncio. A tentativa de se ser “o melhor/o mais” acaba por esbarrar na avidez e no tratamento aversivo do assédio nas empresas.
Atos/palavras marcam e fazem a diferença no desempenho profissional e no profissional. Sejamos e estejamos mais atentos e não alheios a situações como o assédio, que no todo corroem o profissional e as empresas.
Comentários