O grupo Lousad’Arrufar é uma orquestra de percussão que surgiu há 9 anos pela paixão à música. Com vontade de fazer mais, melhor e diferente a nível musical, atua em diversos contextos, como ruas e palcos, para proporcionar animação.
José Cunha, de 42 anos, natural de Macieira, é o responsável pelo grupo. Conheça melhor este projeto na entrevista que lhe apresentamos.
Descreva o seu percurso enquanto responsável pelo projeto.
Enquanto responsável do grupo, tem sido muito gratificante poder “comandar” um sonho pessoal que vejo realizado, no entanto, admito que nem sempre tem sido fácil esta tarefa, na medida em que temos muitas despesas e quem está de fora acha que tudo é lucro e que se ganha rios de dinheiro, acabando por me julgar, quando no fundo, muitas vezes, tenho de fazer uma grande ginástica para aguentar o barco.
Caracterize o atual momento do Grupo Lousad’Arrufar.
Neste momento, o grupo conta com cerca de 25 elementos, com idades entre os 5 e os 50 anos. Estamos a atravessar uma ótima fase, com muitas atuações durante este verão e esperemos que assim continue.
O que é preciso para entrar no Lousad’Arrufar?
Para entrar no Lousad’Arrufar, primeiro, é necessário ter paixão pela música e ainda mais pela percussão. Depois precisam de alguma disponibilidade e vontade de aprender, assim como de um instrumento (caixa ou bombo) para poderem atuar.
O que diferencia o vosso grupo de bombos dos outros?
Para começar, o Lousad’Arrufar não é um grupo de bombos, mas sim uma orquestra de percussão, sendo que os primeiros são de uma dimensão mais tradicional e nós, mais contemporânea, mas mantendo a valorização da nossa cultura. A nossa batida é diferente, mais enérgica e mais animada. Capta mais facilmente a atenção das pessoas, fazendo-as dançar ao nosso som.
Como está o grupo a nível de meios físicos e humanos?
Neste momento temos um bom grupo, com cerca de 25 elementos e temos um local cedido pela Junta de Freguesia de Macieira, onde ensaiamos.
Para si, quais foram momentos altos até ao momento do grupo?
Todos os momentos e atuações que temos vindo a realizar foram muito bons. É claro que há alguns que nos deixam mais “vaidosos”, como as participações em programas de televisão, as participações que fizemos com o Teatro Jangada ou então o espetáculo que adoramos fazer este ano em parceria com o Conservatório do Vale do Sousa na Casa da Música no Porto.
Quais são as vossas maiores dificuldades?
A nossa maior dificuldade é a nível financeiro, porque, para comprar bombos e caixas, consertar peles que rasgam frequentemente ou baquetas que partem, gasta-se algum dinheiro.
Sente o apoio da comunidade local e das entidades públicas e privadas?
Para ser sincero, não tanto quanto gostaríamos e precisamos, mas temos o apoio da Junta de Freguesia, no que toca ao local de ensaio e ao transporte para as saídas, e do Complexo Social de Lousada, que também nos apoia com o transporte. Em relação a entidades privadas, temos tido alguns patrocínios que nos oferecem as fardas ou que nos emprestam várias coisas quando precisamos para organizar eventos, como é o caso do Festival da Francesinha.
Como vê o futuro do vosso grupo?
Esperamos poder continuar a crescer e a trabalhar para que as oportunidades possam surgir. E também temos objetivos, como, por exemplo, conseguir adquirir um transporte nosso.
Sentem o peso de representar vossa terra quando atuam fora do concelho?
É óbvio que representar Lousada e em particular Macieira traz sempre um peso enorme e poder mostrar que não é apenas um concelho, mas sim uma comunidade que se preocupa com as tradições e com a evolução, é uma grande responsabilidade. Queremos passar aos outros que Lousada é uma terra que não está parada no tempo, da qual nós fazemos parte e temos orgulho neste concelho.
Para finalizar, deixe-nos uma mensagem.
Antes de mais, agradecer ao jornal Louzadense a oportunidade de mostrar o grupo Lousad’Arrufar à comunidade.
E desejar que continue esse trabalho fundamental no desenvolvimento do concelho da forma excecional como tem vindo a fazer.
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