Hoje as sociedades ocidentais e ocidentalizadas apresentam-se cada vez mais distantes dos políticos e suas políticas. Apesar da proximidade que, hoje, existe entre governantes e governados, potenciada pelo advento da era tecnológica e global, a verdade é que o fosso entre uns e outros nunca foi tão grande. O público jovem, em especial, sofre particularmente com a aparente inacessibilidade de quem Local, Nacional ou Internacionalmente se dedica à “inócua e inquinada” política.
Hoje a participação política tornou-se sinonimo de inutilidade, mentira, corrupção e sede de poder ou protagonismo, quando na verdade é e deveria ser associada a uma manifestação de interesse, participação, debate, responsabilidade e sentido de dever. Não quer isto dizer que não existam maus políticos, apenas significa que um mau mensageiro não torna necessariamente má a mensagem.
Parte do problema associado a este afastamento, prende-se com a maior facilidade em responsabilizar o “eles” enquanto grupo distinto inequivocamente separado do “eu”. O que por ventura muitos esquecerão é que em democracia, pelo menos no que respeita a pronomes, só existe o “nós”.
Porque “nós” fazemos política quando olhamos para as nossas ruas apontando problemas ou propondo soluções. “Nós” fazemos política quando nos interessamos pela governação local e nacional. “Nós” fazemos política quando participamos institucionalmente na sociedade civil. “Nós” fazemos política quando votamos. “Nós fazemos política quando nos expressamos livremente. “Nós” fazemos política quando reconhecemos méritos ou erros na governação. “Nós” fazemos política quando debatemos ideias com amigos no café. “Nós” fazemos política quando aceitamos a liberdade dos outros para pensarem diferente. “Nós”, afinal, fazemos política quase todos os dias, só ainda não nos apercebemos disso.
Quando tivermos noção do quão importante é o “nós” no equilíbrio do sistema terremos verdadeiramente honrado a herança democrática alcançada e transmitida pelas gerações passadas. Porque a lealdade para com os ideais democráticos e participativos que herdamos é um importante dever cívico de cada um de “nós”.
“A autodisciplina para fazer aquilo que sabemos ser correcto e importante, embora difícil, é o percurso certo em direcção ao brio, auto-estima e satisfação pessoal.” by Margaret Thatcher
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