Paula Ferreira tem 40 anos e reside em Boim. É professora e diretora pedagógica de um centro de estudos. Há muito militante do PSD, é líder da MSD (Mulheres Sociais Democratas) e integra a Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Cristelos Boim e Ordem desde 2017, altura em que foi candidata à presidência desta junta.
Para a candidata, o convite para integrar as listas (em vigésimo lugar) foi uma honra, apesar de as projeções indicarem que não será eleita: “É sempre bom ver reconhecido o nosso trabalho. É evidente que existem pessoas com grande valor no PSD Lousada, que poderiam integrar a lista social-democrata. Se tiver assento na Assembleia da República, tudo farei para defender os interesses de Lousada e da região”.
Questionada sobre os momentos vividos pelo seu partido nos últimos tempos, diz que continua a acreditar na social-democracia como motor para o desenvolvimento do país: “O PSD é um partido grande e não há divergências que nos assustem. Não podemos esquecer que o PSD, ao longo das últimas décadas, respondeu sempre afirmativamente quando foi preciso tirar Portugal da bancarrota. E as pessoas não esquecem isso”, refere.
“Coesão territorial é uma ilusão ainda”
A candidata confessa que sempre esteve com entusiasmo da política, apesar de o seu partido não ter vencido eleições autárquicas em Lousada nas últimas três décadas. Diz-se movida pelo sonho de construir uma sociedade onde veja refletidos os princípios de justiça e igualdade. “Estamos na região Norte, que integra a segunda maior cidade do país, o Porto, mas é Lisboa que continua a ser a prioridade dos governantes. Por isso, os deputados que representarão a região têm essa grande responsabilidade, de dar voz reivindicativa ao distrito do Porto”. Falando de coesão territorial, Paula Ferreira afirma que há desigualdades gritantes, por exemplo a nível da mobilidade: “Estamos a escassos quilómetros da cidade do Porto, mas para alguns cidadãos de freguesias de Lousada, Paços de Ferreira ou Paredes, por exemplo, ir ao Hospital Padre Américo é uma dor de cabeça. Impensável em pleno século XXI”, afirma.
Educação e apoio à terceira idade no centro das prioridades
Para além da mobilidade, há alguns temas que são caros a Paula Ferreira. Um deles é, sem surpresa, a educação. “Julgo que a escola tem de responder às necessidades dos nossos alunos e centrar-se no papel do professor, que é ensinar. Tenho um vasto conjunto de amigos que trabalham na área da educação e se sentem frustrados pelas constantes mudanças da legislação, que aumentam o trabalho burocrático e os impede de dedicar o tempo que merece a tarefa de ensinar”, explica, dizendo que é necessário dignificar o papel do professor.
Também salienta uma fragilidade relativamente à insuficiência de creches, que é preciso combater: “É um apoio fundamental para as famílias, que abdicam de ter filhos por não se sentirem apoiadas”, lamenta.
E dos mais jovens salta para os mais idosos, dizendo que o nosso país não tem medidas que realmente combatam os problemas decorrentes do envelhecimento da população: “O que vemos à nossa volta são famílias sobrecarregadas, sem saberem como dar resposta aos seus idosos. Isto não pode acontecer. Os nossos idosos não podem ser esquecidos. Por isso defendo medidas que apoiem efetivamente as famílias no cuidado aos seus idosos e lares que respondam às necessidades dos utentes”.
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