Ainda na sequência da ideia do significado da palavra património, aquilo que recebemos do Pai …
Não posso desde já referir a importância do que acontece por estes dias e citar António Guterres, aquando de última Cimeira das Nações Unidas, “As pessoas acreditam no espírito e nas ideias que nos unem, acreditam nas Nações Unidas. Mas acreditam em nós? Eles acreditam que os líderes darão prioridade às pessoas? Nós, líderes, devemos agir pelas pessoas.”
Iniciou ontem em Madrid a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, mais uma Cimeira do Clima da ONU, esta sob o signo da emergência em que vivemos, assumindo à partida que esta não pode ser mais uma oportunidade perdida … Se existe um conjunto de líderes e de cidadãos comuns que nega a situação de catástrofe, existe por outro lado os que consideram que já nada há a fazer. O negacionismo e a descrença são sem dúvida os sentimentos mais perigosos, necessitam de ser contrariados, o que torna urgente demonstrar que acreditamos que podemos inverter o percurso. Se o avanço tecnológico é uma realidade e, se o caminho de inversão está traçado pela comunidade científica, há que ter esperança, mas uma esperança ativa, ativa de ação …
O caminho só tem uma linha … cuidar do que herdei do Pai, pelo compromisso que tenho de deixar para os outros, nessa enorme responsabilidade de mudar de atitude, sim sei … é difícil … quando penso nestas questões surgem me sempre as palavras escritas pelo Papa Francisco na sua Encíclica Laudato Si – sobre o cuidado da Casa Comum. Isso Casa Comum … não a minha, não a tua, … mas a NOSSA …
Muitos dos slogans referem-se que o Planeta Terra sofre, que não vai sobreviver, que vai desaparecer … outra recordação surge na minha mente, a dos dinossauros … a verdade é que a Terra sobreviveu, os dinossauros é que não, sobreviverá novamente … nós é que não …
Que caminho? Em primeiro lugar não estamos a começar, aliás se olharmos em redor são inúmeros os bons exemplos, públicos, privados, coletivos, individuais, … segundo sabemos o que todos temos que fazer – mudar de atitude – rápido, mas sabemos. Como disse o Secretário-geral das Nações Unidas, “Precisamos de uma mudança rápida e profunda no modo como fazemos negócios, como criamos energia, como construímos cidades, e como alimentamos o mundo. Se não mudarmos urgentemente o nosso modo de vida, pomos em risco a própria vida” … mas na pragmática clarividência sabemos que não é pelo mais complexo e grandioso, pois afinal, como nos diz o Papa Francisco, “Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. Pelo contrário, o mundo do consumo exacerbado é, simultaneamente, o mundo que maltrata a vida em todas as suas formas.”
Comecemos por pequenas mudanças em nós, esse será talvez o segredo para começar …
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