Louzadense quis conhecer também a opinião de António Pacheco, que continua a desempenhar funções na Comissão Administrativa da AD Lousada, sobre a atual situação vivida no clube.
O que levou à demissão do presidente da Comissão Administrativa?
O motivo pode ter sido consequência de um conjunto de decisões que tomou sozinho, sem consultar a opinião dos restantes membros da Comissão Administrativa. Quando começamos a sentir esta instabilidade e sem saber quais os motivos, questionamos o porquê dos despedimentos de 3 treinadores, das respetivas equipas técnicas e de mais de uma dezena de atletas dos planteis seniores, que eram jogadores formados no clube ou que estão cá há vários anos, e a razão da contratação desenfreada de atletas e quais os seus custos para o clube.
Para si, quais foram os principais motivos para o surgimento desta crise do AD Lousada?
A falta de comunicação do coordenador, Paulo Rodrigues, com os restantes membros da Comissão Administrativa.
Na última entrevista ao nosso jornal, Paulo Rodrigues foi bastante crítico em relação ao estado em que encontrou o clube. Considera que tem alguma razão nos argumentos que evocou?
Na assembleia de tomada de posse da Comissão Administrativa, Paulo Rodrigues, tal como todos os sócios presentes, foram informados da situação financeira do clube. Foram apresentadas as contas e também foram colocadas questões sobre algumas situações, as quais foram respondidas e esclarecidas, ficando todos os presentes devidamente esclarecidos. Na altura, a prova de que ninguém foi obrigado a assumir nada e quem assumiu o fez de livre vontade é que o Paulo Rodrigues disse que estava agradado porque o clube apresentava boas condições financeiras.
É verdade que Paulo Rodrigues recebeu o clube com uma dívida ao antigo presidente Sandro Sousa?
O anterior presidente era o Jorge Fernandes, e foi por este ter apresentado a demissão, por motivos pessoais e profissionais, que foi constituída a Comissão Administrativa. O Paulo Rodrigues, tal como os restantes elementos da Comissão Administrativa, foi informado, antes de assumirmos o que quer que seja, dos valores que foram adiantados pelo ex-presidente Sandro Sousa, para fazer face às despesas, valores esses que estão mencionados em atas de apresentação de contas, que foram sempre aprovadas em várias assembleias gerais pelos sócios. Essas contas não surgiram agora em outubro. Mas, relativamente a este assunto, também foi esclarecido pelo Sandro Sousa que não era intenção exigir o pagamento desse montante de imediato, frisando que, “se o clube um dia tiver condições financeiras para o fazer, ele agradecia que se lembrassem dele”.
Tem conhecimento da existência de soluções para uma nova direção num período em que ainda era possível reverter a situação, nomeadamente a desportiva?
Sim, houve a disponibilidade de vários sócios para ajudar o ADL a ultrapassar as dificuldades desportivas e financeiras. Infelizmente, não foi possível porque o agora demissionário coordenador da Comissão Administrativa não aceitou a ajuda desses sócios.
Muito provavelmente o clube descerá de divisão. Neste caso, nas duas equipas seniores. Que palavras tem para estas descidas?
Acreditamos atá ao último momento na manutenção. Confiamos nos atletas e nas equipas técnicas que os lideram. São Vilões tal como nós, que trabalham todos os dias seriamente para conseguir o objetivo da manutenção.
De que forma é que está a ser gerido o clube?
De forma responsável e transparente, de maneira a não prejudicar o futuro do ADL. Temos regularizados todos os compromissos com os nossos colaboradores na formação e nas equipas seniores, e assim pretendemos continuar até ao fim de época, a assumir só o que podemos pagar.
Para si, o que é preciso para que a AD Lousada volte a ter estabilidade e sucesso?
Primeiro, o que já foi dito antes: assumir só compromissos que podemos cumprir; em segundo lugar, um maior envolvimento dos sócios em união, para voltarmos a sentir o orgulho no bairrismo que nos identifica.
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