Hoje, o papel ocupado pela Mulher, no mercado de trabalho, ganha dimensão e realço, oriundo de mudanças no curso da história. O crescimento da industrialização, a queda da taxa de fecundidade e o aumento no nível de instrução da população feminina, desencadearam uma crescente inserção/presença da Mulher no mercado de trabalho, com quebra de tabus.
O progresso civilizacional nem sempre acompanhou a posição da Mulher no mercado de trabalho, perante dificuldades no acesso a cargos de chefia, na equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos, no nível de oportunidades de desenvolvimento e progressão de carreira, pela ausência de entendimento convencional do trabalho e nas formas de mensuração deste, tendendo a diferença inexistir no futuro. O passado dá mostras de avanço, primando pela mudança de valores sociais e das “boas intenções”, mas ainda longe de ser uma realidade, que carece por parte das organizações e da visão política de transpor tais, na prática. Apenas 42% das empresas apresentam uma estratégia para atingir a paridade, sendo Portugal, o quinto país europeu com menor representatividade de Mulheres na administração empresarial.
Num cenário complexo e desigual, as Mulheres têm lutado para conquistar o seu lugar no mercado de trabalho, têm superado os homens nos indicadores educacionais, movendo barreiras e procurando objetivos mais destemidos, com reflexo nos cargos ocupados, nos salários oferecidos/auferidos, e em áreas que antes era reduto masculino. A Mulher é um Mais para o crescimento e desenvolvimento da sociedade, contudo, a valorização/reconhecimento nem sempre vêm na mesma proporção. Pela constante repetição de atitude, a Mulher teve possança para fazer valer a sua presença, marcando a sociedade, com a sua perseverança.
O universo feminino detém diferenciais competitivos no/para mercado de trabalho, aduzindo resistência psicológica, persistência perante situações difíceis/controversas, acuidade na tomada de decisão, facilidade com multitarefas e flexibilidade para mudanças.
Anulada durante anos, o papel da Mulher culmina, na imagem centrada no travão do não ser capaz, sem validação séria no mercado de trabalho, com sustentação de afirmação necessária e imperativa, nem sempre marcada pela equidade, pelo acrescentar valor.
A Mulher está cada vez mais presente e faz jus valor ao que ela e nela envolve. Dá resposta à sua vida pessoal, familiar, sem ficar aquém o seu papel no âmbito profissional, que vem sendo, comprovado e aprovado, pela sua luta e seu acréscimo na qualificação. Ausente de opiniões que nada acrescem, ela confronta tudo e todos para vincar o seu papel e demonstrar à sociedade as suas capacidades e valências, que alguns temem e desviam aceitação. A sociedade foi moldada, a realidade combatida, premente pelos anos foscados, que teimavam em existir, para justificação vazia e fins ausentes.
Comporta transformar valores e mudar comportamentos intrínsecos na sociedade, que não reportam facilidade à Mulher que, precisa ser o que ela escolher exercer, com o devido reconhecimento, a ser transformado, a começar por nós e em nós, para edificar um mercado de trabalho mais igualitário, em condições e oportunidades.
A Mulher é livre, mas fica onde consegue voar!
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