Certamente alguns de vós já ouviram falar deste nome, mas, muitos serão os que nunca ouviram falar desta senhora e porque é que alguns dos seus ensinamentos se mantêm atuais, mesmo passando 200 anos do nascimento de Florence Nightingale.
Para mim, e muitos outros, Florence Nightingale é considerada a mãe da Enfermagem Moderna, tendo as suas ações mudando o seu tempo e tornando importante que no nosso tempo recordemos o dela. E porquê falar hoje desta Enfermeira Britânica que viveu entre 1820 e 1910?
Por duas razões muito simples!
Primeiro, porque dentro de dias se comemora o Dia Internacional do Enfermeiro, que curiosamente, ou não, foi escolhido o dia de nascimento da Florence Nightingale – 12 de Maio.
Comemorar este dia é lembrar todos os enfermeiros que conhecemos, que passaram na nossa vida e que virão a passar! Desde do nascimento até ao momento final da nossa vida, temos Enfermeiros ao nosso lado.
Enfermeiros que nos acompanham em diversos momentos: ajudam-nos a nascer, a fortalecer-nos quando nos vacinam, vigiam-nos e acompanham o nosso crescimento, auxiliando-nos na prevenção das doenças e, claro, são também eles que promovem a saúde de uma forma única e colaboram connosco na gestão das nossas doenças crónicas. Já parece muito não é? Mas se pararem um bocadinho para pensar há ainda muito mais, pois várias são as circunstâncias onde o Enfermeiro intervém e defende a nossa vida e a nossa saúde.
É pois, muito importante tomar consciência da nobreza desta profissão, da sua atual situação e da importância que tem para nós e o papel que desempenha no nosso dia-a-dia. Sendo eu Enfermeiro sou suspeito ao retratar tudo isto, mas a Enfermagem é mesmo um dos grandes pilares do nosso Sistema Nacional de Saúde e, como tal, deveria merecer o respeito e consideração a esse nível.
Nesse dia, lembre-se de todos os Enfermeiros que conhece, e se puder, diga-lhe um Obrigado e dê-lhe um Sorriso, porque esses são sinais humilde de gratidão para connosco. No entanto, lembre também, que para defender a sua profissão e o serviço nacional de saúde, os Enfermeiros também precisam do seu apoio, porque só assim a sociedade contribuirá em retorno com tudo o que a Enfermagem lhe é capaz de proporcionar.
Muito bem, vamos então à segunda razão simples para escrever sobre Florence Nightingale?
As suas ideias de como se manter saudável chegam até aos nossos dias e ressoam na voz daqueles que nos últimos meses têm dado muitos conselhos e recomendações para lidarmos com o Novo Coronavírus.
Interpreto que Florence Nightingale acreditava que o seu papel e de outras tantas Enfermeiras do seu tempo, deixar os doentes nas melhores condições possíveis para que a natureza fizesse o seu trabalho. Para tal, no seu livro Notas sobre Enfermagem (1860) escreve que “toda Enfermeira deve ter o cuidado de lavar suas mãos muito frequentemente ao logo do dia.”
Esta ideia de lavar as mãos não é de Florence Nightingale, no entanto, sendo conhecedora de outras pesquisas clínicas efetuadas no mundo, implementou esta medida nos cuidados aos soldados da Guerra da Crimeia, e acreditem, com resultados fantásticos.
Esta Enfermeira tornou-se também uma referência na Saúde Pública e considerava que o lar era um lugar crucial para intervenções com o fim de prevenir doenças. Aconselhava, portanto, as pessoas a abrirem as janelas para maximizar a luz e a ventilação, eliminando assim o ar “impuro, estagnado e mofado”. Acreditava que todos os interiores domésticos deviam ser mantidos limpos e, considerava, que os tapetes e móveis sujos poluíam tanto o ar como “se houvesse um amontoado de esterco no porão”.
É interessante perceber, que passados tantos anos, estes ensinamentos ainda nos são transmitidos, principalmente quando tentamos combater uma pandemia mundial! Coisas tão simples como lavar as mãos, manter uma boa higiene corporal, arejar os espaços fechados de forma natural e manter os espaços limpos, eram eficazes na cura de doentes e, acima de tudo, na prevenção da transmissão de doenças.
Eram naquele tempo e são agora, uma das principais armas que possuímos para combater a propagação dos microrganismos.
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