por | 13 Mai, 2020 | Grandes Louzadenses, Sociedade

É importante dar apoio às famílias que perderam os seus rendimentos

“Esta pandemia expõe muito os mais frágeis”

Em tempos de pandemia, aumentaram as empresas em lay-off, cresceu o número de desempregados e as famílias enfrentam as dificuldades da diminuição de rendimentos, recorrendo aos apoios estatais.

Anabela Peixoto, técnica da Segurança Social, explica que na nossa região o facto de os salários serem baixos e existir muito trabalho informal faz com que as pessoas não estejam preparadas para uma situação de crise como esta. Nesta situação inédita, a Segurança Social tenta responder às necessidades das pessoas: “Do ponto de vista económico e social, há uma maior necessidade de intervenção e estamos a ver como é que vamos lidar com isto tudo”, afirma. Anabela Peixoto confessa, que estão a aprender a lidar com isto: “É um esforço maior, um esforço acrescido. Congratulamo-nos por fazermos parte deste esforço, por poder apoiar aqueles que mais necessitam. Felizmente, estou com saúde, não perdi o meu salário e posso contribuir, posso fazer esse esforço”.

Atendimento só por marcação

O serviço da Segurança Social tem a porta fechada, abrindo apenas por marcação através da linha telefónica da SS: “Só entra uma pessoa de cada vez, com todos os cuidados, mas ninguém deixa de ser atendido”, garante.
Em termos de apoios à população, a autarquia trabalha em colaboração com a Segurança Social: “O atendimento é feito pela Câmara e, depois, os técnicos podem recorrer aos nossos apoios. A autarquia tem feito um esforço enorme. No nosso caso, é um esforço financeiro. A autarquia tem apoiado a nível alimentar e, no caso da Covid 19, tem feito um apoio excelente aos cidadãos com EPIS (equipamento de proteção individual) ”, explica.

Para além das dificuldades económicas, a Segurança Social continua atenta às situações de violência doméstica, que poderá crescer em virtude do confinamento.

O trabalho de articulação com a Proteção Civil também tem corrido bem, segundo esta técnica.

Trabalho na Santa Casa da Misericórdia deixa-a orgulhosa

Anabela Peixoto trabalhou na Santa Casa da Misericórdia alguns anos, onde foi diretora técnica, pelo que esta instituição lhe diz muito. “Foi o meu primeiro emprego. Trabalhei 15 anos, 14 anos com a Lúcia Lousada, de quem tenho muitas saudades. Ela trazia uma alegria para a instituição que nos contagiava a todos”, conta. Desses tempos, ficaram as saudades dos idosos e das pessoas com quem trabalhou, “pessoas que fizeram um esforço enorme, excecionais e isso é muito bonito de se ver”.

Por isso, diz-se feliz por ver o esforço que todos estão a fazer na instituição para proteger os mais fracos: “Muita gente não sabe que os funcionários ficam durante uma semana 24 h por dia dentro do lar. Deixam ficar as suas famílias e algumas dessas pessoas têm crianças pequenas ou até idosos”, salienta. Este esforço para impedir a entrada do vírus no lar da Santa Casa tem tido sucesso. “Estou muito grata a todas as pessoas da Misericórdia. Uma sociedade que não protege os mais frágeis não vale nada. A Misericórdia está de parabéns”, afirma.

Anabela Peixoto considera que este é um momento de reflexão e deixa um conselho a todos para que valorizem aqueles de quem gostam e, sobretudo, os mais frágeis: “De nada vale termos muito dinheiro sem o distribuirmos pelos mais frágeis. Esta pandemia expõe bastante os mais frágeis. As famílias mais desfavorecidas tiveram neste momento numa grande perda. Temos de repensar a própria escola, mais inclusiva, pois neste momento não o está a ser.”

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