A Casa de Juste é uma propriedade situada junto ao rio Sousa, na zona do Torno, que pertence à mesma família há 600 anos.
A sua ativada agrícola, inicialmente, era realizada pelos caseiros, que cultivavam a vinha de forma tradicional, sobretudo em ramadas, com vinhos de fraca qualidade. Todo o sistema foi restruturado e, hoje, a propriedade tem uma vinha plantada com os atuais modelos de plantação, com novas castas, maiores produções, melhores maturações, produzindo vinhos com menos acidez e um maior grau alcoólico.
Fernando Guedes, proprietário, referiu ao Louzadense que, este ano, a maturação foi boa e a produção razoável. “Foi um ano em que foi necessário estar muito atento às variações climáticas, com ataques de míldios e oídios muito persistentes”, explica. Apesar de tudo, o balanço é positivo.
Nos últimos anos, o setor vinícola na região tem enfrentado algumas dificuldades. Para este produtor, o grande desafio “será a adaptação das vinhas aos novos sistemas de produção, fazer face à falta de mão de obra, não esquecendo a mecanização das vindimas”.

A Casa de Juste integra o projeto Terroir, pelo interesse que o tema do vinho suscita a todos os níveis. “Lousada sempre foi uma região vinícola importante, mas em que os diferentes produtores realizam a sua atividade individualmente. Penso que unir várias quintas, para além de reduzir aos esforços individuais, permite ter uma maior visibilidade. Para além disso, cada uma das quatro quintas é diferente e complementam-se”, explica.
Defensor do apanágio segundo o qual a união faz a força, Fernando Guedes considera interessante o associativismo como potenciador das iniciativas. “Neste caso, como somos todos pequenos produtores, penso que teremos todos a ganhar para além da própria região. Temos que seguir os exemplos de outras regiões, que foram organizando este tipo de iniciativas promocionais com ótimos resultados. Há que aplaudir o empenho do Município, na pessoa do Sr. Vereador do Turismo, que, com grande entusiasmo, incentiva e acompanha esta iniciativa”, diz.
A pandemia reduziu o número de visitantes nacionais e internacionais, o que é um entrave inesperado. Após o balanço do primeiro ano, será avaliada a possibilidade de novos passos. “A ideia será sempre promover da melhor forma o destino vitivinícola de Lousada”, salienta.